Sem apresentar provas, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, afirmou que há um “aparente” acordo entre evangélicos e traficantes no Rio de Janeiro. O ministro fez a declaração durante uma reunião que havia sido presidida pelo também ministro Luís Roberto Barroso.
“Recentemente, o ministro Luís Roberto Barroso presidiu uma reunião extremamente técnica sobre essa questão, e um dos oradores falou de algo que é raro ouvir: uma narcomilícia evangélica, aparentemente no Rio de Janeiro, onde já se tem um acordo entre narcotraficantes e milicianos pertencentes ou integrados a uma rede evangélica. É algo muito sofisticado”. Gilmar Mendes ao portal g1.
Gilmar Mendes também se manifestou sobre o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro por uma anistia às pessoas condenadas pela participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. Para o ministro, não há razão para se falar em perdão.
O ministro disse: “Não é o caso de falar de anistia quando essas pessoas estão começando a cumprir pena. O que me parece é que muitos imputam ao ex-presidente uma falta de solidariedade. Ele jogou essa gente na fogueira e foi para Miami. Me parece que a anistia foi o tipo de mensagem para movimentar o establishment político para ter uma bandeira de anistia não para os autores intelectuais, mas para aqueles pequenos que foram envolvidos nisso. Não tem cabimento anistia em relação a isso, são crimes extremamente graves”.
Ex-presidente Bolsonaro defende anistia
Durante as manifestações na Avenida Paulista, no dia 25 de fevereiro, Jair Bolsonaro defendeu anistia para as pessoas presas. O ato na cidade de São Paulo havia sido convocado pelo próprio Bolsonaro e concentrou uma multidão na via.
Em discurso, Bolsonaro disse: “O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (…) uma anistia àqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Deve haver conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça em nosso Brasil”.
O ex-presidente reafirmou não ter tentado dar um golpe de Estado. Tanto Bolsonaro, quanto ex-ministros, assessores e militares são investigados por um inquérito do STF sobre essa suposta tentativa de golpe.