O presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), deputado Pedro Lupion (PP-PR), subiu o tom contra o Palácio do Planalto após a visita nesta quarta-feira (8) do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) à Câmara dos Deputados, na qual disse que as perguntas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que irritaram o setor não serão anuladas e que 86% das questões foram elaboradas durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
“O mínimo que queremos é que haja correção e retratação. Eu li a prova inteira e ela está toda eivada de ideologia. O governo é hábil em tirar o time, mas sabemos de onde sai a palavra final. Sem dúvida tem o DNA do governo”, disse Lupion à CNN.
Em audiência com os deputados, o presidente do Inep, Manuel Palácios, defendeu os critérios técnicos da elaboração das provas do exame e disse que as questões não serão anuladas.
Três questões do Enem 2023 são alvo de críticas pela Frente Parlamentar da Agropecuária, que reúne parlamentares ligados ao agronegócio. A bancada pediu a anulação desses trechos por entender a presença de “cunho ideológico”.
A pergunta que mais chamou a atenção é a de número 89, que trata da atuação do agronegócio no Cerrado. O texto traz fatores negativos do setor, como a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
As cinco alternativas disponíveis para resposta contêm outros elementos negativos que estariam relacionados com o agro. A FPA convocou o ministro da Educação, Camilo Santana, para uma audiência na Câmara.
A CNN procurou o Palácio do Planalto e o Inep para comentarem as críticas, mas ainda não obteve retorno.
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