sexta-feira, setembro 20, 2024
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Segredo para reduzir emissão da navegação pode estar nas velas

As pressões para diminuir as emissões de carbono dos transportes chegaram na navegação. A tarefa é complicada por alguns motivos, incluindo as longas distâncias percorridas e o gasto energético que essas embarcações precisam para se locomover com tanto peso.

Pesquisadores da Universidade de Miami optaram por uma abordagem que pode viabilizar navios de carga mais sustentáveis: velas cilíndricas gigantes.

Navegação também precisará se adaptar para reduzir emissões (Imagem: CoFlow Jet/Reprodução)

Navegação também teve que inovar

O aumento do preço dos combustíveis e as pressões para reduzir as emissões de carbono dos transportes pressionaram também o setor de navegação. Uma das opções para tornar as embarcações mais sustentáveis é a adoção de velas.

Só que as velas tradicionais também enfrentam problemas nesse caso: essas estruturas necessitam de equipes enormes, que não combinam com o ambiente de navios de carga, e são completamente dependentes do vento. Ou seja, dependendo da rota ou das condições climáticas, o navio não vai para frente.

Os motores movidos a combustíveis fósseis não se tornaram apenas as melhores opções, mas também as mais seguras para garantir que as embarcações completem sua missão.

Diante das pressões para a descarbonização, uma equipe da Universidade de Miami criou um sistema de velas cilíndricas eficientes e que não dependem totalmente do vento.

Navio teatro La Naumon
Navios de carga são mais difíceis de se adaptar à descarbonização (Bound4Blue/Divulgação)

Velas cilíndricas são solução para reduzir emissões na navegação

A abordagem escolhida foi uma variante de rotores Flettner da década de 1920. Segundo o New Atlas, tratam-se de grandes cilindros rotativos que produzem empuxo aerodinâmico em ângulos retos a partir do ar que passa sobre eles.

A invenção sustentável para navegação foi batizada de CoFlow Jet e tem algumas diferenças:

  • Eles não giram, mas sugam o ar do vento que sopra através deles e os enviam para outras partes do cilindro;
  • Ao sugar o vento, o cilindro o pressuriza usando um impulsor e esguicha de volta pela saída;
  • Esse desequilíbrio de pressão causado pela entrada e saída do vento gera empuxo, que se estende pelo comprimento do cilindro e gera um sistema de propulsão eólica.

De acordo com GeCheng Zha, professor de engenharia aeroespacial e diretor do laboratório responsável pela invenção, esse sistema é eficaz e pode fornecer 100% do empuxo necessário para mover o navio.

Como não há peças giratórias, como no modelo original da Flettner, há uma redução de combustível de 50% para navios de carga grandes e 90% para os pequenos. Consequentemente, há redução nas emissões de carbono.

Solução para reduzir emissões pode ser adaptada para outros navios

O modelo não é tão eficiente quanto as velas comuns, que movimentam embarcações apenas com a força do vento. No entanto, maximiza o poder da natureza sem depender completamente dela.

Zha lembra que a propulsão assistida pelo vento já é uma alternativa eficiente para motores a diesel, como os dos navios de carga, e pode ajudar a reduzir as emissões totais da indústria de transportes marítimos e navegação.

Via Olhar Digital

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