O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, declarou nesta quarta-feira, 22, que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “pode atuar como porta-voz do Hamas”.
O chanceler também acusou Guterres de “ser conhecido por sua parcialidade contra Israel”.
Segundo o diplomata, na terça-feira 21, Guterres “foi convidado a assistir a assistir ao vídeo das atrocidades que foi exibido na ONU [Organização das Nações Unidas] e ele se recusou a comparecer”.
Conflitos entre Israel e secretário-geral da ONU
O governo de Israel está em conflito com Guterres por afirmar que os israelenses violaram a lei humanitária internacional em sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza. A diplomacia de Israel chegou a pedir a renúncia do secretário-geral da ONU do cargo.
No dia 24 de outubro, em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres condenou novamente o ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro, que matou mais de 1,2 mil pessoas.
Porém, ele afirmou que “não vem do nada, mas de 56 anos de ocupação”. As palavras enfureceram Israel.
No discurso, Guterres também afirmou que nada poderia justificar os ataques do Hamas, mas afirmou que a agressão do grupo terrorista também não poderia justificar “a punição coletiva dos palestinos”.
Para Cohen, a posição de Guterres não representa a dos membros da ONU.
No final de outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pedia o “fim das hostilidades” em Gaza, à qual Israel havia se oposto até terça-feira 21. Os israelenses tiveram apoio de 13 países, como seu principal aliado, os Estados Unidos, e alguns países da América Latina, como Paraguai e Guatemala.