O Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, esteve com três dos principais envolvidos em um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Participaram da reunião Alessandro Stefanutto, Virgílio Oliveira Filho e André Fidelis, todos investigados pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto. O encontro ocorreu em 4 de junho de 2024.
A operação apura um esquema de descontos indevidos aplicados aos pagamentos de aposentados e pensionistas, o que pode ter causado um prejuízo superior a R$ 6 bilhões aos beneficiários do INSS.
Damous tem uma relação estreita com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este último, por exemplo, indicou o secretário para assumir a direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A nomeação ainda depende da aprovação do Senado.
Damous é advogado e ex-deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro. Foi presidente da OAB entre 2007 e 2012. Durante seu mandato, a entidade enfrentou dificuldades financeiras. O plano de saúde dos advogados, a Caarj, sofreu um colapso. Ele vendeu o plano para a Unimed Rio em 2008, por uma dívida acumulada de cerca de R$ 50 milhões.
O secretário ainda não se manifestou sobre a reunião com os investigados.
O rombo no INSS
As fraudes foram detalhadas depois da deflagração da Operação Sem Desconto em 23 de abril. Os agentes federais cumpriram 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.
Seis pessoas foram afastadas de suas funções por causa da operação, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que depois pediu demissão.
Outros afastados foram Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS; Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios no Cidadão; Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente; Jucimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios; e um policial federal cuja identidade não foi divulgada.
