A seca extrema ou severa afeta mais de mil cidades no Brasil, com graves consequências para diversas regiões do país. Além disso, a falta de chuva contribui para o maior número de incêndios dos últimos dez anos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A seca afeta vários Estados
O pesquisador de secas do Cemaden, Marcelo Zeri, afirmou ao g1 que a seca é quase generalizada, afeta vários Estados, com chuvas muito abaixo da média do Norte ao Sudeste.
Os Estados mais impactados pela seca são:
- Amazonas;
- Acre;
- Espírito Santo;
- Mato Grosso;
- Mato Grosso do Sul;
- Rondônia;
- São Paulo; e
- Tocantins.
Em São Paulo, por exemplo, o Sistema Cantareira está com 63% de sua capacidade, enquanto a Prefeitura de Itu, no interior paulista precisou intervir nos reservatórios particulares em virtude da estiagem. No Amazonas, comunidades estão isoladas. Também há uma ordem para estocar alimentos em razão da seca histórica que já afeta a região.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as mil cidades que estão sob seca extrema ou severa representam 20% dos municípios brasileiros.
Esse número é quase 23 vezes maior do que no mesmo período do ano passado, quando apenas 45 cidades estavam nessas condições.
A falta de chuva reduziu os níveis dos reservatórios
A seca está afetando o abastecimento de água. No Espírito Santo, a falta de chuva reduziu os níveis dos reservatórios. Esse problema afetou o abastecimento e a produção agrícola, com prejuízos milionários nas safras de café e leite.
Em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, os incêndios no Pantanal resultaram no nível mais baixo do Rio Paraguai em quase 60 anos. No bioma, o fogo consumiu áreas equivalentes a nove campos de futebol por minuto.
Meteorologistas preveem uma seca mais intensa do que a de 2023. A chegada da La Niña, prevista para agosto, pode trazer chuvas e aliviar a seca. No entanto, seus efeitos significativos só serão vistos em seis meses.
A situação de seca extrema ou severa no Brasil exige ações preventivas e estratégias de mitigação para minimizar os impactos no abastecimento, na agricultura e na saúde pública.
A previsão é de que a seca persista por meses, reforçando a necessidade de planejamento e intervenção por parte das autoridades.