O ator e diretor Sean Penn, de 64 anos, não economizou críticas ao Oscar e acusou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de “limitar o cinema”.
Vencedor de duas estatuetas de Melhor Ator por “Sobre Meninos e Lobos” (2003) e” Milk – A Voz da Igualdade” (2008), o cineasta lamentou a “covardia extraordinária” dos profissionais responsáveis por selecionar os indicados.
“A Academia tem demonstrado uma covardia extraordinária ao lidar com a ampla diversidade da expressão artística e, na verdade, tem sido em grande parte responsável por limitar a imaginação e as expectativas culturais variadas”, declarou o astro durante o Festival de Cinema de Marrakech, onde recebeu um prêmio pelo conjunto da obra.
“Então, não fico muito entusiasmado com o que chamamos de Oscar, exceto quando um filme como ‘Projeto Flórida‘, ‘Ainda Estou Aqui’ ou, sabe, ‘Emilia Pérez’, como deve acontecer este ano, é indicado”, continuou, elogiado o filme brasileiro do diretor Walter Salles, que traz no elenco grandes nomes, como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro.
O cineasta ainda alfinetou a falta de reconhecimento para o longa biográfico de Ali Abbasi sobre Donald Trump, “O Aprendiz“, estrelado por Sebastian Stan no papel do empresário antes de sua ascensão à presidência dos Estados Unidos – como um exemplo do medo de Hollywood em lidar com temas polêmicos.
“É impressionante como essa indústria tem medo de transgressores ou de um grande filme como esse, com atuações fantásticas. [É impressionante] que eles possam ser tão assustados quanto um deputado republicano insignificante”, afirmou.
Penn explicou que incentivaria aspirantes a atores e cineastas a contarem histórias tão “politicamente incorretas” quanto possível.
“Em todo o mundo, há uma demanda por diversidade – mas não diversidade de comportamento, opinião ou linguagem. Eu apenas incentivaria todos a serem tão politicamente incorretos quanto seus corações desejarem, a abraçar a diversidade e a continuar contando essas histórias”, finalizou.
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