domingo, novembro 24, 2024
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Saúde de astronautas “presos no espaço” é monitorada pela NASA

Recentemente, a NASA anunciou que os astronautas Butch Wilmore e Sunita Williams, atualmente “presos” na Estação Espacial Internacional (ISS), devem retornar à Terra somente em fevereiro de 2025, completando oito meses no espaço em vez dos oito dias inicialmente programados para a missão. Como ficam os cuidados com a saúde dessas pessoas em casos como esse?

Primeiro, vale relembrar que a decisão da agência foi tomada em razão de problemas com a espaçonave Boeing Starliner, que foi utilizada na ida à estação em seu primeiro voo tripulado. 

A nova data de retorno deve ser em fevereiro, em uma cápsula Dragon da SpaceX, quando os astronautas terão permanecido 240 dias consecutivos no espaço. Uma eventual partida em março pode estender essa permanência para 270 dias. A Starliner, por sua vez, volta vazia para a Terra nesta semana.

Os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams trabalhando na Estação Espacial Internacional (ISS). Crédito: NASA

Embora uma estadia prolongada no espaço possa parecer desafiadora, esse período não estabeleceria um novo recorde. Missões na ISS geralmente duram cerca de seis meses, mas podem ser estendidas por vários motivos, como experimentos ou imprevistos. Saiba aqui quem foram as pessoas que passaram mais tempo no espaço.

Astronautas fazem 2,5 horas de exercícios físicos diários

A saúde dos astronautas é uma prioridade para as agências espaciais, e medidas rigorosas são adotadas para garantir seu bem-estar durante longas estadias no espaço. As equipes têm cerca de 2,5 horas de exercício diário (incluindo o tempo de preparação) para manter os ossos, músculos e circulação fortes. 

Além disso, realizam teleconferências regulares com psicólogos para monitorar sua saúde mental. Um astronauta da NASA, localizado na Terra, oferece suporte em questões familiares e auxilia na gestão da carga de trabalho.

Estudos revisados por pares documentam os resultados dessas intervenções e são continuamente atualizados. Uma das mudanças mais notáveis foi a substituição da máquina de levantamento de peso na ISS por uma que oferece maior resistência. O Dispositivo Avançado de Exercício Resistivo (ARED), que utiliza pistões em vez de cordas, dobrou a eficácia dos treinos em comparação com a geração anterior, o iRED. Um estudo publicado na revista Nature em 2020 destacou melhorias significativas na saúde dos astronautas que utilizam o ARED.

Astronauta Sunita Williams, da NASA, se exercitando na Estação Espacial Internacional. Crédito: NASA

Dana Weigel, gerente do programa da NASA ISS, afirmou em coletiva de imprensa que as medidas adotadas para missões de seis meses têm se mostrado eficazes, o que dá confiança à NASA de que Williams e Wilmore retornarão em boas condições.

NASA não vê a situação como alarmante

A agência não vê preocupações específicas com uma estadia de oito meses ou até mesmo um ano, desde que a tripulação siga rotinas rigorosas de exercícios e cuidados cardiovasculares desenvolvidos com especialistas.

Além dos cuidados médicos, Weigel enfatizou que a ISS mantém suprimentos suficientes para garantir a segurança da tripulação em caso de atrasos. “A estação espacial sempre busca manter uma reserva de quatro meses de consumíveis, como água, alimentos, roupas e oxigênio”.

A experiência desses astronautas em missões de longa duração, aliada ao treinamento para tarefas específicas da ISS, garante que eles estejam preparados para enfrentar quaisquer desafios durante a missão. Segundo Weigel, missões prolongadas como esta são cruciais para o planejamento de futuras viagens lunares do programa Artemis e de uma eventual missão humana a Marte, que só o trajeto deve durar meses.

Via Olhar Digital

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