domingo, novembro 24, 2024
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Satélite europeu fotografa “sereia” em Marte

Recentemente, a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou uma imagem incrível da superfície de Marte, que destaca uma curiosa formação apelidada de “sereia roxa salgada”.

Capturada pelo satélite ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) durante um sobrevoo em 2022, essa formação é uma mancha de cor roxa que se sobressai em meio aos tons avermelhados, marrons e cinzentos que dominam a paisagem do Planeta Vermelho. Localizada em um leito de rio seco na região sul de Marte, essa área é conhecida como Terra Sirenum, que significa “Mar da Sereia”, em latim.

Imagem em infravermelho feita pelo satélite TGO, da ESA, mostra uma “sereia salgada roxa” na superfície marciana. Crédito: ESA/TGO/CaSSIS

Em comunicado, a ESA explica que, obviamente, a “sereia” em questão não é uma criatura mitológica, mas sim uma ilusão de ótica provocada por depósitos de sal de cloreto. Esses depósitos foram identificados pelo Sistema de Imagem de Superfície Colorida e Estéreo (CaSSIS), uma câmera de alta resolução a bordo do orbitador, que captura imagens em estéreo e em cores da superfície marciana.

O CaSSIS trabalha capturando várias imagens da mesma área a partir de ângulos ligeiramente diferentes. Com essas imagens, o software analisa o efeito de paralaxe – a mudança aparente de posição entre as fotos – e calcula a profundidade, criando modelos tridimensionais detalhados do terreno. Essa tecnologia permite que os cientistas estudem a topografia e os processos geológicos de Marte de forma precisa, mesmo a grandes distâncias.

Representação artística do satélite ExoMars, da ESA. Crédito: ESA

Por que a “sereia” de Marte é roxa

A origem da coloração roxa vem de minerais ricos em cloro, que aparecem em tons distintos nas imagens infravermelhas capturadas pelo TGO. Esses depósitos de cloreto são especialmente valiosos para os cientistas porque indicam que, em algum momento do passado, havia água em abundância em Marte.

No entanto, com a perda gradual da atmosfera marciana devido à ausência de um campo magnético significativo, a maior parte dessa água foi embora. Quando a água desapareceu, deixou para trás esses depósitos minerais, como a “sereia roxa”, que agora servem como rastros da antiga presença de água no planeta.

Esses depósitos de sal exercem um papel fundamental na busca por sinais de vida em Marte. Águas extremamente salgadas poderiam ter sido um refúgio para formas de vida primitivas, criando ambientes habitáveis, mesmo em temperaturas tão baixas quanto -40 ºC.

A ESA destacou que essas áreas, como Terra Sirenum, onde a “sereia roxa” foi encontrada, são alvos promissores para futuras missões robóticas em Marte, focadas na busca por evidências de vida.

Via Olhar Digital

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