domingo, julho 7, 2024
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Satélite é lançado para rastrear emissões de gás do efeito estufa

Um satélite foi lançado ao espaço na segunda-feira (4) para monitorar as emissões de metano, um dos principais gases de efeito estufa. Chamado MethaneSAT, a inovação foi desenvolvida por uma organização ambiental sem fins lucrativos com o objetivo de proteger o clima e acelerar as reduções de gases poluentes.

O satélite foi lançado da Base da Força Espacial de Vandenburg, na Califórnia, nos Estados Unidos, e foi projetado pelo Environmental Defense Fund (EDF), um grupo de defesa ambiental, em conjunto com um consórcio de universidades e empresas aeroespeciais, incluindo a Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da Universidade de Harvard, o Observatório Astrofísico Smithsonian e a Agência Espacial da Nova Zelândia.

O MethaneSAT fará 15 voltas diárias ao redor da Terra para verificar e quantificar as emissões totais de metano, principalmente provenientes das operações de petróleo e gás, em vastas áreas que outros satélites não conseguem identificar.

Segundo a organização por trás do projeto, os dados do satélite permitirão que empresas e reguladores rastreiem as emissões do gás de efeito estufa. Além disso, permitirá o acesso gratuito dos dados a cidadãos, governos, investidores e importadores.

“Reduzir a poluição por metano proveniente das operações de combustíveis fósseis, da agricultura e de outros setores é a forma mais rápida de abrandar a taxa de aquecimento à medida que continuamos a descarbonizar os nossos sistemas energéticos”, afirmou o presidente da EDF, Fred Krupp, em artigo publicado no site do MethaneSAT.

“Para fazer isso, são necessários dados abrangentes sobre esta poluição em escala global. O MethaneSAT nos mostrará todo o escopo da oportunidade, rastreando as emissões até sua fonte”, completa.

O metano é um dos principais gases de efeito estufa, sendo o mais poluente depois do dióxido de carbono (CO2). A produção de petróleo, gás e carvão estão entre as maiores fontes de emissões de metano por parte dos humanos — o gás também pode ser emitido por animais, através do esterco e liberações gastroentéricas.

Durante a cúpula da COP26, mais de 100 países, incluindo o Brasil, comprometeram-se a reduzir significativamente as emissões de metano em 30% até 2030, em um acordo denominado “Compromisso Global de Metano”.

O MethaneSAT foi anunciado pela primeira vez por Krupp em uma TED Talk em 2018. A EDF é líder global em ciência e soluções para metano há mais de uma década. O satélite é mais um esforço da empresa em reduzir as emissões do gás de efeito estufa.

Engenheiros da Ball Aerospace examinam o hardware do satélite MethaneSAT após testes / BAE Systems/Divulgação

“O superpoder do MethaneSAT é a capacidade de medir com precisão os níveis de metano com alta resolução em áreas amplas, incluindo fontes menores e difusas que são responsáveis ​​pela maioria das emissões em muitas regiões”, disse Steven Hamburg, cientista-chefe da EDF e líder do projeto MethaneSAT, também em artigo publicado no site do projeto.

O satélite medirá mudanças nas concentrações de metano com alta sensibilidade, podendo identificar níveis pequenos de emissão do gás em um amplo campo de visão com alta resolução. Isso permite que o MathaneSAT veja o quadro completo das emissões de metano.

Além de identificar fontes e taxas de emissão de metano para uma determinada região, o satélite também torna possível comparar as taxas de vazamento de emissões nas principais regiões produtoras de petróleo e gás em todo o mundo. O objetivo é ajudar a garantir que metas de empresas e políticas nacionais para redução da emissão de gás metano sejam cumpridas.

Os dados interativos de emissões estarão disponíveis para qualquer pessoa diretamente em www.MethaneSAT.org e no Google Earth Engine, uma plataforma de dados geoespaciais de primeira linha usada por mais de 100.000 especialistas e analistas.

Via CNN

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