No último domingo (10), por volta de 1h da manhã (pelo horário de Brasília), uma intensa bola de fogo foi avistada no céu de algumas localidades dos EUA, deixando um rastro luminoso. Dezenas de testemunhas relataram o fenômeno, que teria sido causado pela reentrada de um satélite Starlink, da SpaceX, na atmosfera.
A Sociedade Americana de Meteoros, uma entidade científica focada no estudo desses fenômenos, recebeu 36 relatos de observadores nos estados de Colorado, Kansas, Texas e Oklahoma. Segundo depoimentos, o objeto incandescente se desfez em fragmentos ao cruzar o céu.
Starlink-4682 probably deorbited and reenetered the atmosphere over Texas.
One of six Starlink reentries since the election (4 confirmed, 2 so far unconfirmed).Five other starlink satellites deorbited during the week prior to the election.
This is nothing out of the ordinary. pic.twitter.com/EQV9X9kJ6i
— Nicholas Jointson (@NickJointson) November 10, 2024
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Satélite foi lançado pela SpaceX em 2022
O termo “meteoro” se refere ao efeito luminoso de uma rocha espacial ao atravessar a atmosfera. Com o atrito, ela se aquece e se incendeia, formando o que popularmente se conhece como “estrela cadente”.
De acordo com o astrônomo Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard–Smithsonian, neste caso, no entanto, o fenômeno não foi causado por uma rocha, mas sim pelo satélite Starlink-4682 – dispositivo lançado pela SpaceX em 2022 para compor sua megaconstelação de satélites para internet.
Starlink-4682, launched in 2022 Aug, reentered at 0403 UTC Nov 10 (9:03pm MST/10:03 pm CST Nov 9) on a track over Idaho, Wyoming, Colorado and Oklahoma and appears to have been widely observed pic.twitter.com/u4sByf2SLe
— Jonathan McDowell (@planet4589) November 10, 2024
Em um dos comentários da publicação no X (antigo Twitter), um seguidor questiona McDowell sobre a frequência dessas reentradas e o impacto delas na atmosfera. Em resposta, o especialista confirmou que elas ocorrem quase diariamente e que, sim, podem afetar a camada de ozônio.
McDowell e outros pesquisadores alertam que os impactos da reentrada de satélites na atmosfera ainda não estão totalmente claros, mas é conhecido que a queima desses equipamentos libera óxido de alumínio. E esse composto químico pode modificar a camada de ozônio, fundamental para proteger a Terra da radiação solar.