sexta-feira, novembro 22, 2024
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Satélite da NASA registra primeira grande explosão de raios gama

Lançado em abril, o cubesat BurstCube, da NASA, detectou com sucesso sua primeira explosão de raios gama. O pequeno satélite foi projetado para estudar essas explosões, que são as mais intensas e violentas do Universo. 

O evento captado pela espaçonave ocorreu em 29 de junho na constelação de Microscopium, no hemisfério sul. A explosão durou menos de dois segundos, mas brilhou um quintilhão de vezes mais que o Sol, segundo a NASA.

O BurstCube é dedicado exatamente a capturar essas explosões de raios gama “curtas”, com duração inferior a dois segundos. Esses eventos são cruciais para entender o final de vida de estrelas massivas e o nascimento de buracos negros. Eles ocorrem quando estrelas de nêutrons, que são restos superdensos de grandes estrelas, colidem com outras estrelas de nêutrons ou buracos negros, gerando também ondas gravitacionais. 

Uma das duas formas de explosão de raios gamas é a colisão de duas estrelas de nêutrons, como representado na imagem ilustrativa acima. Crédito: Robin Dienel/Instituição Carnegie para a Ciência

Essas fusões não só emitem ondas detectáveis no espaço-tempo, como também criam elementos raros como ouro e platina, além de componentes químicos essenciais para a vida, como iodo e tório.

Missão é reduzida, mas NASA comemora resultados

As explosões de raios gama foram descobertas em 1963, quando satélites militares dos EUA detectaram emissões inesperadas enquanto monitoravam testes nucleares soviéticos. Mesmo após décadas de estudo, os mecanismos por trás desses poderosos eventos ainda não são totalmente compreendidos.

Equipado com quatro detectores circulares de raios gama, o BurstCube foi projetado para identificar essas explosões com alta precisão a partir de sua posição na órbita da Terra. Esses detectores convertem os raios gama em luz visível e depois em pulsos de elétrons, o que permite determinar a direção do evento.

Conceito artístico do BurstCube, da NASA, orbita a Terra enquanto caça explosões curtas de raios gama. Crédito: Laboratório de Imagens Conceituais do Centro Espacial Goddard/NASA

Apesar do sucesso na detecção da explosão, a missão enfrenta um problema técnico. Um dos painéis solares não se abriu completamente, prejudicando a operação do rastreador de estrelas, que orienta o satélite no espaço. Esse defeito aumentou o atrito com a atmosfera, antecipando o fim da missão para setembro e encurtando o tempo de operação de 12 para apenas seis meses.

Apesar do contratempo, a equipe da NASA celebra os resultados obtidos. “Estamos aproveitando ao máximo o tempo em órbita”, afirmou Jeremy Perkins, investigador principal da missão no Centro Espacial Goddard.

Pequenas missões como o BurstCube oferecem a oportunidade de realizar grandes descobertas e testar novas tecnologias, além de proporcionar experiências valiosas para cientistas em início de carreira, conforme a NASA destaca na nota de divulgação.

Via Olhar Digital

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