Na semana em que retornou à Câmara depois de ficar quase dois meses afastada das atividades parlamentares por conta do luto pela morte do irmão, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) criticou a forma como o governo do Rio de Janeiro conduziu o caso dos médicos baleados em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense.
A parlamentar, irmã do médico Diego Bomfim, um dos três mortos no ataque, disse que soube do crime pela imprensa e teve dificuldade de conseguir informações junto às autoridades.
“A gente identifica muitas negligências, muitas falhas, principalmente por conta do estado do Rio de Janeiro. A forma como as famílias foram comunicadas, pela imprensa. Não foi feito comunicado direto pela polícia ou hospital. O sumiço das coisas do meu irmão [que desapareceram do hotel e depois foram encontradas] ou mesmo dificuldade de acesso ao inquérito, que só foi conseguido através de pedido na Justiça. São violências sequenciais”, desabafou Bomfim.
A fala da deputada aconteceu após um ato em homenagem ao irmão dela e aos outros três médicos vítimas do atentado, ocorrido em 5 de outubro.
Além de Diego, estavam no quiosque os ortopedistas Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, que também não resistiram ao ataque de criminosos armados. Um quarto médico foi o único sobrevivente do grupo.
O grupo estava no Rio para participar de um congresso médico. À noite, atravessaram a rua do hotel em que estavam hospedados para uma confraternização. Foi quando o ataque aconteceu. Homens armados desceram de um veículo e atiraram contra os profissionais de saúde. Segundo a Polícia Civil, um dos ortopedistas foi confundido com o filho de um miliciano. Por isso, o grupo teria sido morto por engano.
A CNN procurou o governo do estado do Rio, que disse que não iria comentar as falas da deputada. A reportagem aguarda posicionamento da Polícia Civil.
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