A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que a esquerda recorre ao Judiciário quando não consegue alcançar seus objetivos na política, ao comentar a licença de Eduardo Bolsonaro.
Durante entrevista ao Jornal da Oeste nesta quarta-feira, 19, a parlamentar abordou o autoexílio do deputado nos Estados Unidos e classificou a situação como mais uma demonstração da perseguição política enfrentada pela direita no Brasil.
Segundo Rosana, a atitude do deputado foi estratégica. “Foi uma decisão acertada do Eduardo Bolsonaro de permanecer nos Estados Unidos, porque fatalmente aconteceria isso”, disse, em referência à apreensão do passaporte do parlamentar.
Para ela, a permanência de Eduardo no exterior “escancara mais uma vez essa perseguição que está nítida” contra os conservadores e, especialmente, contra a família Bolsonaro. O ex-presidente Jair, por exemplo, está com o passaporte retido desde fevereiro de 2023.
A atuação do STF contra Bolsonaro
A deputada reforçou suas críticas ao STF e ao ativismo judicial, ao ressaltar que a esquerda utiliza a Corte como uma ferramenta para reverter derrotas políticas. “Agora a extrema esquerda vai tentar de tudo”, disse. “A gente tem visto aí repetidas vezes: quando não ganha na política, recorre ao Judiciário, recorre ao STF para tentar se organizar e ganhar.”
Ela citou como exemplo a prisão do ex-deputado Daniel Silveira e afirmou que essa decisão abriu um precedente perigoso. “Essas investidas começaram lá em 2021”, recorda. “Quando os deputados decidiram, em sua maioria, apoiar a prisão do Silveira, foram abrindo cada vez mais espaço para o STF interferir em discussões políticas.”
Segundo a deputada, essa influência do Judiciário sobre decisões políticas compromete a democracia e gera insegurança entre parlamentares. “Onde já se viu isso?”, indagou. “Deputados inseguros sobre o que podem falar em plenário. Foram eleitos pelo povo para representar a voz das pessoas que querem ser ouvidas.”
Rosana também criticou o governo Lula e disse que a única estratégia adotada por ele é atacar a oposição. “É um governo que está atrapalhado, que não sabe para onde vai, que não tem rumo e a única coisa que consegue fazer para trazer discussão é atacar a família Bolsonaro”, afirmou.
O papel da imprensa no Estado de exceção
Durante a entrevista, Rosana destacou a importância da mobilização popular para enfrentar a censura contra a direita. “A direita tem voz neste país”, declarou. “Querem calar a voz da direita, mas a direita está cada vez mais mostrando para a população o que está acontecendo.”
A parlamentar também criticou o jornalismo tradicional e acusou a imprensa de ter abandonado seu papel de informar para se tornar um instrumento de militância política. “O jornalismo também se perdeu”, afirmou. “Passou a fazer política, passou a emitir opinião em vez de simplesmente noticiar.”
No entanto, ela destacou que veículos independentes, como a Revista Oeste, têm ganhado espaço e permitido que narrativas alternativas sejam divulgadas. Para fazer parte da comunidade que apoia a publicação digital que defende a liberdade, basta clicar aqui, escolher o plano e seguir os passos indicados.
Para Rosana, o atual cenário de perseguição política não afeta apenas a direita, mas pode se voltar contra qualquer grupo no futuro. “Se hoje é a direita que se sente acuada, amanhã pode ser o outro lado”, disse. “Não podemos permitir que situações como essa continuem acontecendo no nosso país.”