quinta-feira, setembro 19, 2024
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Saiba quem são as mulheres francesas homenageadas na abertura da Olimpíada de Paris

Nos primeiros Jogos Olímpicos com paridade de gênero, a França homenageou mulheres importantes de sua história na Cerimônia de Abertura dos jogos.

Seja de forma explícita, como Simone Veil, que foi uma das homenageadas com estátuas douradas, ou de forma implícita, como Annie Ernaux, que apareceu no título do seu livro “Paixão Simples”, a cerimônia reverenciou mulheres que muito fizeram pela pátria francesa.

Dez mulheres francesas foram homenageadas por meio de estátuas douradas. De acordo com informações do canal de TV Franceinfo, o objetivo de Thomas Jolly, criador da cerimônia, e sua equipe, foi dar visibilidade a essas mulheres e também reforçar a presença delas nas ruas da capital francesa, pois cerca de 260 estátuas homenageiam homens e apenas quarenta mulheres.

Veja quem são elas:

Olympe de Gouges (1748-1793) – escritora e personalidade política de sua época. Militante da abolição da escravatura, ela escreveu a “Declaração dos direitos da mulher e da cidadã” durante a Revolução Francesa. Foi guilhotinada em 1793.

Alice Milliat (1884-1957) – esportista, organizou em 1992 os primeiros Jogos Mundiais femininos. Seu engajamento foi fundamental para o crescimento das modalidades olímpicas que permitem a participação das mulheres.

Gisèle Halimi (1927-2020) – advogada, conhecida por sua luta pelos direitos das mulheres, contra os crimes de guerra e o colonalismo. Teve forte atuação em causas que, posteriormente, se tornaram direitos, como a legalização da interrupção voluntária da gravidez, ou a transformação do estupro em crime.

Simone de Beauvoir (1908-1986) – filósofa, escritora, autora do livro “O segundo sexo”, que é uma das bases do feminismo mundial. Simone lutou pela igualdade de gênero e outras formas de injustiça.

Paulette Nardal (1896-1985) – intelectual, jornalista, escritora, pioneira do movimento feminista netro. Foi a primeira mulher negra a estudar na Universidade Sorbonne e é também cofundadora da “Revista do Mundo Negro”.

Jeanne Barret (1740-1807) – botanista e exploradora, ela se vestiou de homem para participar da expedição Bougainville no Oceano Pacífico. Além de contribuir para a coleta e identificação de várias espécies de plantas, ela foi também a primeira mulher a dar a volta ao Mundo, entre 1766 e 1769.

Louise Michel (1830-1905) -, professora, escritora, militante anarquista e feminista, ela participou ativamente da Comuna de Paris, em 1871. Por causa disso, foi deportada e enviada à Nova Caledônia, onde continuou a lutar, contra a política colonialista da França.

Christine de Pizan (1364-1431) – filósofa e poeta, escreveu o livro “A Cidade das Damas”, no qual exalta as mulheres ilustres de sua época e imagina um governo totalmente feminino.

Alice Guy (1873-1968) – produtora, diretora e roteirista, fez o primeiro filme narrativo da história, em 1896, chamado “La Fée aux choux”.

Simone Veil (1927-2017) – juíza, personalidade política e também sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz. Seu feito mais lembrado é o de 26 de novembro de 1974, quando era Ministra da Saúde, e apresentou à Assembleia Nacional o projeto de lei que descriminalizava a interrupção voluntária da gravidez. O projeto, aprovado, foi crucial para a posterior legalização do aborto na França, que hoje é uma garantia constitucional. Simone também foi determinante para a criação do parlamento europeu. Seus restos mortais repousam, hoje, no Panthéon.

E quem prestou bastante atenção às cenas gravadas na Biblioteca Nacional da França, no prédio chamado Richelieu, notou uma “piscadela” à escritora francesa Annie Ernaux. Um dos livros que apareceu nas imagens foi “Paixão Simples” (Passion Simple no francês).

Annie Ernaux é francesa e ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022. É conhecida por seus livros que parecem falar da própria vida mas, no entanto, retratam a sociedade francesa da época em que as histórias se passam.

Annie veio ao Brasil em 2022, para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e, no país, já teve nove livros publicados pela editora Fósforo, inclusive “Paixão Simples”.

Outra escritora homenageada nas mesma sequência na biblioteca é Leïla Slimani, escritora e jornalista franco-marroquina. Seu livro “Sexo e mentiras: a vida sexual no Marrocos” (Sexe et mensonges – la vie sexuelle au Maroc, no francês) aparece entre as obras mostradas.

Autora de várias obras e representante da França no conselho da Francofinia, ela também é autora de um livro que homenageia outra das mulheres desta lista, Simone Veil. O livro em questão é “Simone Veil, minha heroína”, sem edição disponível em português, no qual Slimani fala de sua admiração pela autora e honra seu percurso de vida.

Via CNN

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