O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a fronteira com o Brasil na tarde desta sexta-feira, 10. A medida ocorreu depois do chavista tomar posse do seu terceiro mandato. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou o fechamento da fronteira.
“O governo brasileiro informa que, por decisão das autoridades venezuelanas, a fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada hoje, até dia 13 de janeiro, segunda-feira”, informou.
O bloqueio foi implementado pelo lado venezuelano na altura do município brasileiro de Pacaraima (RR). O Itamaraty também divulgou orientações aos brasileiros que enfrentarem dificuldades para voltar ao Brasil.
A Polícia Militar de Roraima informou que, apesar do fechamento da fronteira, o trânsito de pedestres ocorre normalmente. Houve uma redução na entrada de migrantes no Brasil, mas sem mudanças significativas. A fronteira está fechada apenas para veículos.
Fraude eleitoral na Venezuela
Em julho de 2024, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disputou as eleições para a Presidência do país com o candidato da oposição, Edmundo González. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou que o chavista venceu o pleito.
A oposição contestou o resultado e cobrou a divulgação das atas oficiais pelo CNE. Contudo, o Tribunal Supremo da Venezuela colocou os documentos sob sigilo. Ambos os órgãos sofrem influência direta de Maduro.
Durante a apuração, a oposição havia salvo milhares de atas eleitorais. Eles divulgaram os documentos em um site. Os dados comprovariam a vitória de González, com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
A vitória de Maduro foi contestada por pelo menos dez países, que reconheceram González como o presidente eleito. O governo do Brasil, porém, evita discutir o assunto.
Durante uma entrevista à RedeTV, em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o ditador não é um “problema” do Brasil, mas, sim, do país vizinho. O presidente brasileiro afirmou que cabe à população venezuelana administrar seu governo e que o Brasil deve evitar interferir nos assuntos internos de outras nações.