domingo, julho 7, 2024
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saiba como vai funcionar o plano de vigilância do governo de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) firmou uma colaboração com a estatal Edge Group, dos Emirados Árabes Unidos, para desenvolver o programa Muralha Paulista.

A iniciativa visa a implementar um sistema de câmeras de vigilância e é tida como a principal aposta do governo para reduzir a criminalidade em áreas críticas do Estado, especialmente no centro da capital.

A empresa árabe, que fabrica desde mísseis até equipamentos de espionagem, está elaborando um plano específico para São Paulo, denominado “Bola de Cristal”, em referência à capacidade de prever ações criminosas futuras.

Segundo informações do portal Metrópoles, a Edge é representada no Brasil por Marcos Degaut, ex-secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), aliado de Tarcísio.

“Baseado no monitoramento inteligente, o projeto, batizado de ‘Bola de Cristal’, priorizará a vigilância e o atendimento aos bairros centrais da cidade de São Paulo”, disse a empresa, em documento. “Isto acontecerá por meio da implantação de tecnologias avançadas, como soluções inteligentes de monitoramento (CFTV), comando e controle integrado, comunicações, vigilância e reconhecimento avançado (C4ISR), drones inteligentes, inteligência artificial, inteligência de dados aéreos e a solução ‘monitoramento digital’, de propriedade da Beacon Red.”

A Beacon Red é uma das 25 empresas do grupo Edge, com sede em Abu Dhabi e controlado pelo governo dos Emirados Árabes. A companhia árabe garantiu que a parceria não gerará custos para o governo de São Paulo.

Segundo o Edge Group, o objetivo do programa é aprimorar a visibilidade das estatísticas criminais, identificar áreas críticas, rastrear as atividades criminosas, apoiar as vítimas e avaliar o impacto nos negócios, juntamente com métricas relevantes.

Com o aproveitamento dos dados, o governo irá aumentar sua capacidade analítica, o que permitirá a tomada de decisões mais incisivas para a aplicação da lei, melhor alocação de recursos, maior segurança pública e redução nas taxas de criminalidade.

Testes e implementação do Muralha Paulista

Tarcísio Gomes de Freitas
Programa Muralha Paulista, do governo Tarcísio, irá integrar bancos de dados para identificar infratores e diminuir criminalidade | Foto: Divulgação/Governo de SP

Ainda em janeiro, a Edge anunciou que realizaria testes de seis meses de uma “importante iniciativa de segurança pública”, com o objetivo de estruturação de dados, a “análise e integração de diferentes soluções” e o estabelecimento de respostas rápidas. A empresa afirma que o projeto é o primeiro do tipo na América Latina e será usado como piloto para futuras iniciativas ao redor do Brasil.

Ao Metrópoles, Rafael Ramos, subsecretário de Acompanhamento de Projetos Estratégicos da Secretaria da Segurança Pública, disse que o programa Muralha Paulista irá integrar os bancos de dados das polícias, prefeituras, do Detran, do Judiciário e de dados fiscais dos cidadãos.

O cruzamento de dados permite que informações como localização e horário sejam usadas para emitir alertas sobre a iminência de crimes. Por exemplo, se uma pessoa conhecida por furtar celulares for detectada na região central, o sistema de monitoramento emitirá um alerta para que a polícia a aborde.

Para isso, é necessário o desenvolvimento de sistemas que integrem diversos bancos de dados e sensores, como câmeras de reconhecimento facial ou tornozeleiras eletrônicas para reincidentes. A integração está sendo realizada pelo governo de Tarcísio, enquanto a empresa militar árabe será responsável pela estruturação eficiente das informações.

Em nota ao Metrópoles, o Governo de São Paulo informou que os documentos assinados com a empresa são termos de cooperação com o governo dos Emirados Árabes. A íntegra não foi divulgada. De acordo com o governo, as tratativas ainda estão em discussão.

Já o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a parceria visa especificamente a auxiliar na construção do Muralha Paulista.

“O que tem é um acordo de cooperação entre governo do estado e Emirados Árabes para ajudar na estruturação do Muralha Paulista”, explicou. “É um acordo, um guarda-chuva maior. Dentro desse guarda-chuva, o grupo Edge é uma estatal dos Emirados Árabes. Agora, dentro disso, tem uma série de coisas. Eles têm viaturas, têm equipamentos, têm tecnologia.”

Via Revista Oeste

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