Um “rosto sorridente” avistado na superfície de Marte pode abrigar sinais de vida há muito extinta no planeta vermelho. Descoberta recentemente por uma equipe de astrônomos, a “carinha” só é visível sob certas condições, e foi deixada para trás por um antigo lago que secou há muitos bilhões de anos.
Entenda:
- Recentemente, a imagem de um “rosto sorridente” em Marte foi divulgada pela Agência Espacial Europeia (ESA);
- A figura é composta por um anel de sal e “olhos” marcados por crateras;
- Trata-se, na verdade, de um registro de águas que secaram há muitos bilhões de anos no planeta vermelho após uma brusca mudança climática;
- Graças à alta concentração de sal, essas pequenas poças de água permitiriam que micróbios sobrevivessem à transformação do planeta;
- Além disso, a “carinha sorridente” também pode ter preservado sinais dessas antigas formas de vida.
Uma imagem da figura foi capturada pelo ExoMars Trace Gas Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA), e divulgada na última sexta-feira (6) em uma postagem no perfil do Instagram da entidade. Na foto, vemos o que parece ser um emoji sorridente – formado, na verdade, por um anel de antigos depósitos de sal com “olhos” marcados por crateras.
Vida em Marte pode estar preservada em ‘rosto sorridente’
A foto faz parte de um estudo publicado no Scientific Data, que reuniu registros de 965 depósitos diferentes com tamanhos que variam entre 300 e 3 mil metros de largura — o tamanho do “rosto sorridente” ainda não foi determinado. Como aponta a equipe no artigo, os depósitos “podem fornecer condições ótimas para atividade biológica e preservação”.
Como dito em uma declaração da ESA, Marte costumava ter lagos, rios e um oceano semelhante aos nossos aqui da Terra. Mas, por volta de 2 a 3 bilhões de anos atrás, a maior parte dessas águas acabou congelando ou evaporando após uma mudança climática. À medida que isso aconteceu, a água que sobrou ficou extremamente salgada, conseguindo manter o estado líquido apesar das baixas temperaturas.
Essas poças salgadas restantes podem não apenas “ter se tornado um refúgio” para eventuais micróbios — permitindo sua sobrevivência à transformação de Marte —, mas atuado como uma espécie de conservante que manteria os sinais dessas possíveis formas de vida intactos ao longo de bilhões de anos.