sábado, novembro 23, 2024
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Risco de deslizamento em barragem coloca 6 cidades em alerta no RS; prefeituras evacuam áreas

Áreas ribeirinhas de seis cidades do Vale do Caí e Serra Gaúcha, no Rio Grande Sul, foram colocadas em alerta pela Defesa Civil estadual devido ao risco de deslizamento de uma encosta na Barragem do Salto, em São Francisco de Paula.

Conforme o órgão, eventual queda da encosta no reservatório causaria uma onda às margens do Rio Caí, atingindo as populações ribeirinhas de São Francisco de Paula, Gramado, Canela, Caxias do Sul, Vale Real e Nova Petrópolis. Em algumas cidades, os moradores das áreas ribeirinhas estão sendo evacuados.

São Francisco de Paula

As rachaduras foram observadas em casas e ruas que ficam em uma grande área da encosta. O prefeito de São Francisco de Paula, Marcos Aguzzoli (PP), usou as redes sociais para pedir aos moradores que saiam das casas. “Duas regiões do entorno do Salto, uma delas ao lado da barragem, estão com rachaduras em diversos pontos, e a encosta pode deslizar para dentro do reservatório. Quem mora na região, a gente pede que evacue suas casas”, disse.

À reportagem, ele explicou que a estrutura da barragem está intacta, mas, se houver o deslizamento, a onda pode superar ou até romper a barragem, causando alagamentos nos municípios a jusante. “Fizemos a retirada dos nossos moradores e alertamos os outros municípios. É uma medida preventiva, mas que pode salvar vidas”, disse. Segundo ele, a prefeitura contratou geólogos para melhor avaliação do risco. “Se estiver tudo bem, as pessoas poderão voltar para as casas”, disse.

O coordenador da Defesa Civil municipal, tenente Eli Rangel, informou que as equipes foram de casa em casa para convencer os moradores a saírem. Uma equipe de geólogos foi contratada de forma emergencial para estudar as áreas onde surgiram as rachaduras. Algumas estradas apresentaram fendas largas na pista de rolamento. “A barragem não tem problema, o risco é o deslizamento para dentro do reservatório e a onda que pode atingir todo o entorno. Muita gente já saiu, mas ainda há famílias que precisam sair”, disse.

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Drone mostra o Estádio Beira-Rio, do Internacional, inundado depois das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul | Foto: Diego Vara/Reuters
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Barcos com voluntários em busca de pessoas isoladas em casas no bairro alagado de Mathias Velho, em Canoas, Rio Grande do Sul | Foto: Amanda Perobelli/REUTERS
Pessoas são resgatadas após enchentes em Canoas, Rio Grande do Sul | Foto: Amanda Perobelli/REUTERS
Um avião de carga pousa em pista inundada no Aeroporto de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul - 6/5/2024 | Foto: Diego Vara/Reuters
Um avião de carga pousa em pista inundada no Aeroporto de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul – 6/5/2024 | Foto: Diego Vara/Reuters
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Drone mostra uma rodovia em área alagada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul -13/5/2024 | Foto: Adriano Machado/Reuters
Drone mostra uma rodovia em área alagada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul -13/5/2024 | Foto: Adriano Machado/Reuters

Nova Petrópolis

Em Nova Petrópolis, foi montado um plano de emergência pelos Bombeiros Voluntários para a possível evacuação de 256 casas que podem ser atingidas. Em caso de transbordamento da represa, as águas levariam cinco horas para atingir o município, por isso muitos moradores foram apenas colocados em alerta, segundo a prefeitura. Além das redes sociais, o município usou carros de som para avisar os moradores. A cidade disponibilizou dois abrigos públicos e espaços de acolhimento para as famílias que deixarem as casas.

O comandante do Corpo de Bombeiros, Lucas Attmann, que também coordena a Defesa Civil, disse que as pessoas ficarão mais seguras fora da área de risco. “Infelizmente é possível que essas pessoas não tenham tempo de sair dos locais de risco, por isso pedimos que se coloquem em segurança desde já”, afirmou. Os bombeiros disponibilizaram equipes para auxiliar os moradores com a mudança. Cerca de cem pessoas das localidades de Riachuelo e São José do Caí preferiram se mudar para a casa de parentes.

Vila Real

Em Vila Real, a prefeitura também alertou os moradores das áreas ribeirinhas do Rio Caí, mas descartou a necessidade de remoção imediata. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Henrique Schwands, como o município está mais distante da barragem, se houver rompimento ou extravasão, a água vai demorar 13 horas para chegar. “É o tempo de resposta que precisamos para uma evacuação rápida se houver a emergência, pois pedimos que os moradores permaneçam em estado de alerta. Se for necessário, nossas equipes irão às casas”, disse.

Canela

Em Canela, famílias que estão em áreas que podem ser atingidas foram alertadas pela Defesa Civil, mas o município informou que poucas áreas seriam afetadas. A Defesa Civil de Gramado informou que o município foi alertado e está atento à possível emergência da barragem. A Prefeitura de Caxias do Sul acompanha a situação. O Corpo de Bombeiros Voluntários de Feliz repercutiu o alerta da Defesa Civil, mas pediu à população que evite o pânico.

De acordo com a CEEE Geração, que opera a hidrelétrica, a Barragem do Salto encontra-se íntegra, dentro de seus parâmetros normais de operação. Segundo a empresa, não há uma conclusão sobre o impacto de uma eventual queda da encosta, mas a barragem foi colocada em situação de emergência de caráter preventivo. Com isso, seguindo o plano de emergência, os municípios a jusante foram alertados para os riscos.

Na noite de segunda-feira 13, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) atualizou a situação das barragens de geração de energia, passando do nível de alerta para o nível de emergência a Barragem do Salto, em São Francisco de Paula. A medida foi tomada devido ao “risco de ruptura iminente, exigindo providências para preservar vidas”. A Aneel informou que a empresa operadora, junto com a Defesa Civil, toma as medidas necessárias para garantir a segurança dos moradores próximos à estrutura.

Redação Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

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