O rio Paraguai, um dos mais importantes do Pantanal, registra seu nível mais baixo em quase 60 anos. Em Cáceres, oeste de Mato Grosso, a profundidade do rio é de apenas 73 centímetros, enquanto o recorde anterior, de 59 anos atrás, era de 80 centímetros.
A situação é semelhante em Mato Grosso do Sul, onde a lâmina d’água atinge apenas 76 centímetros. No ano passado, esse mesmo rio tinha mais de 4 metros de profundidade. A seca expôs o leito dos corixos, áreas que normalmente ficam submersas no Pantanal.
Impactos na navegação e turismo no rio do Pantanal
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) emitiu um alerta de 13 pontos críticos para a navegação. Em resposta, barcos alteraram seus pontos de embarque. A mudança, no entanto, acaba por forçar turistas a percorrerem mais de 80 km por estradas de terra.
Na última semana, o Serviço Geológico do Brasil informou que a seca na bacia do rio Paraguai é “uma ameaça real à segurança hídrica de municípios dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”.
“Nosso novo boletim indica que os níveis dos rios devem alcançar os menores valores já registrados para o período”, disse o órgão nas redes sociais.
⚠️ A seca que atinge a Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, é uma ameaça real à segurança hídrica de municípios dos estados de MT e MS.
Nosso novo boletim indica que os níveis dos rios devem alcançar os menores valores já registrados para o período.
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— Serviço Geológico do Brasil (@sgbgov) July 12, 2024
Prognóstico para as próximas semanas
De acordo com o Serviço Geológico, para as próximas duas semanas, os modelos de previsão indicam acumulados de chuva praticamente nulos.
Caso o prognóstico se concretize e, considerando a cota observada recentemente, haverá continuidade da vazante em Cáceres (MT), Ladário (MS), Forte Coimbra (MS) e Porto Murtinho (MS), além de redução dos níveis a valores mínimos em toda a bacia.