O Rio Negro voltou a subir em Manaus depois de atingir um recorde histórico de baixa de 12,11 metros, o menor nível desde o início do monitoramento em 1992.
Depois de três dias de estabilidade, o nível do rio aumentou dois centímetros, crescendo um centímetro no domingo 13, e outro nesta segunda-feira, 14.
Essa elevação súbita pode ser um indício do fenômeno conhecido como “repiquete”, característico dos rios amazônicos, quando há flutuações nos níveis das águas.
Na quinta-feira 10, o rio estabilizou pela primeira vez depois de 104 dias de queda contínua. Entre quinta e sábado, 12, o nível se manteve em 12,11 metros na capital.
Em 3 de outubro, o Rio Negro atingiu 12,68 metros, superando o recorde de baixa histórica. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), essa marca representa a pior seca já registrada em Manaus pelo segundo ano consecutivo.
Neste ano, a descida das águas no Amazonas começou antecipadamente, com início da seca em 17 de junho. Devido à seca, a Prefeitura de Manaus decretou emergência por 180 dias e interditou a Praia da Ponta Negra após o rio passar da cota mínima de segurança de 16 metros.
Alerta em todo o Estado do Amazonas
Além de Manaus, os 61 municípios do Amazonas enfrentam emergência devido à seca. Conforme a Defesa Civil, todas as calhas de rios do Estado estão em situação crítica.
Em Manacapuru, o Rio Solimões vive sua pior seca, com nível a 2,06 metros no sábado 12. Embora tenha subido um centímetro no domingo 13, ficou estável na segunda-feira 14, em 2,07 metros. No Alto Solimões, em Tabatinga, a situação era ainda mais grave, com cota negativa de -2,54 metros em 26 de setembro.
Importância do Rio Negro
O Rio Negro desempenha um papel vital no Estado do Amazonas, tanto no aspecto ambiental quanto no socioeconômico. Como o segundo maior afluente do Rio Amazonas, ele atravessa a capital Manaus e serve como uma das principais vias de transporte fluvial, essencial para a mobilidade e o comércio local, especialmente em áreas de difícil acesso terrestre.
Além disso, o Rio Negro é fundamental para a manutenção da biodiversidade da região. Suas águas escuras e ácidas, com baixos níveis de sedimentos, criam um habitat específico para inúmeras espécies de peixes, plantas aquáticas e outros organismos.