sexta-feira, novembro 22, 2024
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Rio Grande do Sul inicia operação de hospitais de campanha

Uma crise de saúde se instalou no Rio Grande do Sul em decorrência da catástrofe climática que afetou diretamente pelo menos 364 cidades. Com a infraestrutura comprometida pelas inundações, o Estado iniciou a operação de hospitais de campanha desde o último domingo, 6.

O Rio Grande do Sul enfrenta desafios para garantir o suprimento de insumos médicos essenciais. A situação levou a suspensão de cirurgias, consultas e outros procedimentos tanto em redes públicas quanto privadas.

“A situação é caótica, dramática no Estado do Rio Grande do Sul”, descreveu Cacildo Goulart Delabary, presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), ao jornal O Estado de S. Paulo.

“Há municípios que estão mais de 90% debaixo de água, que não têm unidades de saúde funcionando”, acrescentou. A expectativa é que a água vai levar pelo menos dez dias para recuar para níveis seguros na capital Porto Alegre.

Canoas, a terceira maior cidade do Estado e parte da Região Metropolitana de Porto Alegre, é um dos locais mais afetados. No município, grande parte da rede de saúde está inutilizável, conforme o prefeito Jairo Jorge (PSD).

Diversas unidades de saúde, incluindo o hospital de pronto-socorro, unidades de pronto-atendimento e farmácias municipais foram impactadas e estão fora de operação.

A dificuldade de acesso às regiões afetadas é um dos principais obstáculos enfrentados para o envio de pacientes a hospitais regionais e para o fornecimento de insumos. Algumas áreas estão isoladas, com bairros e até hospitais evacuados depois de terem sido inundados. No domingo, aeronaves do Estado distribuíram insumos prioritários a várias cidades.

O Cosems, em documento ao governo estadual, elencou diversas demandas urgentes, incluindo a solicitação de geradores, kits de medicamentos. O conselho também solicitou a melhoria dos serviços de teleatendimento, especialmente para saúde mental.

O Rio Grande do Sul anunciou a liberação de R$ 9,45 milhões para auxiliar hospitais destruídos, com foco nas áreas onde a água já recuou.

Rio Grande do Sul monta hospitais em várias cidades

Para auxiliar no atendimento médico, hospitais de campanha estão sendo estabelecidos em várias localidades. O Exército, a Força Aérea e a Marinha assumiram a gestão de algumas dessas unidades. 

Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde reportou uma escassez de oxigênio, embora novas entregas tenham sido feitas recentemente. Ainda assim, diversos hospitais apontam para um desabastecimento de várias categorias de insumos e equipamentos.

A capital gaúcha enfrenta um desabastecimento de água, com 70% do município afetado. Mais de 7,5 mil pessoas estão abrigadas em locais provisórios, sem contar um número ainda maior de deslocados abrigados com amigos e familiares. 

De acordo com o governo estadual, a situação eleva o risco de surtos de doenças, como a leptospirose, aumentando a preocupação das autoridades com a saúde pública. A Defesa Civil estima que aproximadamente 873,2 mil pessoas foram impactadas diretamente pela calamidade que assola o Rio Grande do Sul.



Via Revista Oeste

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