A Prefeitura de São Paulo entrou com um pedido judicial para que a Enel restaure imediatamente a energia em unidades afetadas pelo temporal da última sexta-feira, 11. A multa diária prevista é de R$ 200 mil, caso a concessionária não cumpra a determinação. O pedido ocorreu em virtude da falta de energia que ainda afeta imóveis na região.
Até esta terça-feira, 15, cerca de 220 mil imóveis na Região Metropolitana de São Paulo ainda estão sem energia. É o quarto dia depois do apagão que deixou 2 milhões de clientes da Enel sem serviço. A empresa registrou 147 mil ocorrências na capital, 5 mil em São Bernardo do Campo e 6,5 mil em Diadema.
No requerimento, datado da segunda-feira 14, a prefeitura solicitou que a Enel forneça, em 24 horas, a localização georreferenciada dos veículos que transportam equipes de emergência, o número de equipes por área e uma estimativa de atendimento claro para cada chamado, além da ordem de prioridade.
Em um pedido anterior, na sexta-feira, a prefeitura já havia solicitado o georreferenciamento dos veículos da Enel. A empresa respondeu que tais medidas seriam inviáveis, o que resultou na suspensão do processo. No novo requerimento, o município pediu novamente esses dados, ao argumentar que “o propósito maior de obtenção dessas informações […] não é a mera defesa dos interesses do município nesta ação, mas sim a viabilização da atuação do poder público municipal”.
As críticas da prefeitura
A prefeitura justificou o pedido ao alegar que parte das 386 árvores caídas no vendaval estava próxima à fiação elétrica por causa da inércia da Enel, com atrasos nos manejos. O documento afirma que “persiste o estado de crônico descumprimento, pela Enel, do Plano Anual de Podas referente ao ano de 2023”.
Também afirma que a concessionária federal não apresentou um plano de contingência adequado para São Paulo, ao considerar as árvores em contato com a fiação elétrica ou dentro dos limites da zona controlada.
Segundo a administração municipal, a concessionária tem a prerrogativa de realizar podas preventivas em mais de 225 mil árvores da cidade, sem necessidade de autorização municipal.
A atuação da Enel
Em outro ponto, a prefeitura anexou uma imagem obtida pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana que mostrou, no domingo 13, por meio de drones, pelo menos 30 veículos de manutenção parados sem uso no pátio da concessionária. Naquele momento, 760 mil imóveis ainda estavam sem energia.
O último balanço divulgado pela Enel, na manhã desta terça-feira, informou que cerca de 1,8 milhão de clientes já tiveram a energia restabelecida.
A Enel Distribuição São Paulo declarou estar trabalhando sem parar desde a noite da sexta-feira 11, quando a área de concessão foi atingida por ventos de até 107 km/h, causando danos severos à rede elétrica. A empresa reforçou suas equipes, recebeu apoio de técnicos de outras distribuidoras e deslocou profissionais de outros estados.