A revista britânica The Economist criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no caso que envolve o dono do Twitter/X, Elon Musk. No título da reportagem, publicada neste domingo, 14, o periódico refere-se à Corte como “poderosa”.
No início do texto, The Economist relembra o início do imbróglio. Na semana passada, Elon Musk anunciou que o ministro do STF havia ordenado a retirada de contas brasileiras populares do Twitter/X. Caso a medida não fosse seguida, a rede social teria de pagar multas pesadas.
“Alexandre de Moraes abriu então um inquérito contra Elon Musk por obstrução à Justiça”, informa a revista. “Isso levou Musk a criticar que a censura no Brasil é pior do que em ‘qualquer país do mundo onde esta plataforma opera’ e a chamar Moraes de ‘ditador’, que deveria sofrer impeachment e ser levado ‘a julgamento pelos seus crimes’.”
Em sua crítica, a revista afirma que, apesar de considerar toda a polêmica “exagerada”, a situação revela duas questões. “Um deles é o poder da Suprema Corte do Brasil, que goza de autoridade imensa sobre a vida dos brasileiros”, escreve. “O outro é o debate em torno da regulamentação das redes sociais sem ferir a liberdade de expressão, no qual o Brasil é um importante campo de batalha.”
The Economist lembrou decisões de Alexandre de Moraes
A revista ainda lembra a decisão de Moraes que ordenou a prisão do deputado federal Daniel Silveira por um “discurso carregado de palavrões contra os membros do tribunal”. O periódico ainda destaca que é “quase impossível recorrer contra essas decisões”.
The Economist citou também a decisão de Alexandre de Moraes de autorizar busca e apreensão em casas de oito empresários, assim como o congelamento de suas contas bancárias e a suspensão de suas redes sociais.
O periódico entrevistou o advogado criminalista Davi Tangerino. O especialista disse que um “inquérito interminável e sem âmbito definido” não é compatível com o Estado de Direito.
The Economist ainda afirmou que os críticos de Alexandre de Moraes argumentam que as táticas são pesadas e carecem de transparência. A revista ouviu o filósofo e professor Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP), que concordou com as críticas.
“Não está claro quantas contas foram suspensas”, afirmou o docente, ao The Economist. “Por que e por quanto tempo.”