Uma sepultura com dois esqueletos abraçados sobre os restos mortais de um cavalo é motivo de discussões entre pesquisadores há duas décadas. O local foi descoberto em 2004 por arqueólogos que escavavam um antigo cemitério oriental da cidade romana de Ovilava, onde atualmente fica o município de Wels, na Áustria. Após análises, um novo estudo pode ter acabado com o mistério.
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Sepultura intrigava especialistas
- Inicialmente, arqueólogos acreditavam que os esqueletos fossem de um casal medieval.
- Baseados na profundidade e orientação da sepultura, eles concluíram que a sepultura teria sido criada pelo povo bávaro germânico, que ocupou a região no início do século XVI.
- A teoria era embasada no fato de que era bastante comum enterrar pessoas com cavalos durante o período da Idade Média.
- Mas um novo estudo publicado neste ano no Journal of Archaeological Science apontou que, na verdade os restos morais são muito mais antigos do que se pensava.
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Restos mortais são da era romana
De acordo com os pesquisadores, a datação por radiocarbono dos esqueletos humanos e do cavalo confirmou que eles datam da era romana. Os romanos não tinham o costume de serem enterrados com cavalos, mas é possível que o povo da região seguisse práticas celtas tradicionais de enterrar indivíduos com equinos.
Além disso, análises confirmaram que não se trata de um casal, e sim de duas mulheres que eram parentes de primeiro grau. A diferença de idade de 15 a 25 anos sugere que elas fossem mãe e filha. Já a origem do cavalo continua sendo um mistério para os cientistas.
Ainda segundo o estudo, o esqueleto da mulher mais velha mostrava sinais de cavalgadas frequentes. A causa da morte das duas ainda é desconhecida, mas há indícios de que a filha poderia ter sofrido de espinha bífida (um defeito de nascimento da coluna vertebral), enquanto a mãe teria sofrido de osteoartrite (um tipo de artrite que ocorre quando o tecido flexível nas extremidades dos ossos se desgasta).
O cavalo, por sua vez, parecia estar em boa saúde quando morreu, aos oito ou nove anos de idade. Mesmo com as descobertas, as causas das mortes não puderam ser confirmadas.