sexta-feira, novembro 22, 2024
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Retirada de assinaturas não afeta CPI, diz à CNN vereador que pediu abertura de comissão

O vereador Rubinho Nunes (União Brasil-SP) afirmou, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (5), que a declaração de parlamentares que assinaram a CPI das ONGs do centro de São Paulo que retirariam seus apoios não afeta a instalação do colegiado.

“Eu respeito demais cada um dos vereadores, são vereadores que tenho um grande contato, tenho carinho por eles, entendo a base deles, mas isso não afeta em nada a instalação da CPI, pois nós temos um número significativo de assinaturas e a expectativa é de que ela seja montada em fevereiro deste ano, a despeito da retirada de assinaturas”, afirmou o vereador.

Na quarta-feira (3), Rubinho informou à CNN que o pedido fora protocolado em dezembro com 25 assinaturas. Eram necessárias ao menos 19, ou seja, um terço dos 55 vereadores que compõem a Casa.

Antes que a comissão possa ser instalada, no entanto, o requerimento precisará ser aceito na pauta pelo Colégio de Líderes e aprovado por maioria simples, de 28 votos, em plenário em dois turnos de votação (um para criação de uma nova CPI e outro para aprovação do pedido em si).

Naturalmente, a partir do momento em que vem a público a CPI, houve um ataque maciço a todos os vereadores que assinaram. E nem todos estão preparados, ou dispostos, na verdade é a palavra correta, a se manter sob esse ataque por algo que, eventualmente, não é sua bandeira, não lhe é conveniente, interessante naquele momento”, disse Nunes. 

Em relação à repercussão dos últimos dias sobre a CPI, o vereador se disse “bastante surpreso”. “Especialmente com relação ao padre Júlio Lancellotti. Primeiro, porque ele não é sequer citado nominalmente no requerimento de abertura da CPI. Segundo, que é uma CPI que investiga as ONGs que atuam na região central de São Paulo, com atenção especial à região da ‘Cracolândia’.”

Apesar de não haver citação direta ao pároco no documento, o autor do pedido havia confirmado à CNN anteriormente que Lancellotti seria convocado tão logo a comissão fosse instalada.

Na justificativa, o vereador afirma que a CPI buscará examinar as atividades desempenhadas pelas Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na região central de São Paulo.

“Essas ONGs fazem parte daquilo que a gente chama de ‘máfia da miséria’, a exploração das pessoas em situação de rua, e o objetivo é investigar essas ONGs, onde elas atuam, quais as fontes de recurso, quantas pessoas elas atendem, quantas pessoas elas conseguiram curar, conseguiram tirar das ruas, e quem são as pessoas envolvidas, se existe envolvimento político, partidário, por parte dessas ONGs. Naturalmente, as pessoas à elas ligadas serão também investigadas e isso gerou toda essa repercussão”, disse ainda o vereador à CNN.

Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (5), o padre Júlio Lancellotti rebateu o termo “máfia da miséria”, utilizado pelo vereador Rubinho Nunes (União-SP).

“Eu acho que é ‘máfia da miséria’ quem abandona o povo, máfia da miséria é não ter remédio nas Unidades Básicas de Saúde e nas UPAs; ter tanta gente com o Cad suspenso e bloqueado; máfia da miséria é o povo ter que dormir na rua”, afirmou.

A avaliação do padre é de que os termos utilizados pelo parlamentar em declarações à imprensa “são palavras de efeito que querem causar impacto”.

Via CNN

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