Em baixa com a torcida, Renato Portaluppi enfrenta seu pior momento no comando do Grêmio em suas quatro passagens pelo clube. Enquanto sua permanência para 2025 é discutida internamente, o treinador comentou sobre a possibilidade de deixar o clube e revelou uma mágoa com os gremistas.
“Hoje, meu sexto sentido diz que estou em cima do muro. Fiquei muito triste ao saber que a torcida me vaiou logo no início da partida. Entendo o torcedor. Perdemos o GreNal e fomos eliminados da Copa do Brasil e da Libertadores. O Renato tem culpa? Tem, e eu assumo. O torcedor quer ganhar sempre, e eu entendo isso”, iniciou.
Em seguida, Renato fez uma ponderação. “Mas ele (torcedor) também precisa compreender os motivos. Quando conseguirmos os pontos necessários para evitar o risco de rebaixamento, vou sentar com o Guerra (presidente) para me despedir ou entender o que ele pensa. Vou considerar também o sentimento da torcida. É o torcedor que vai me dar essa resposta”, disse Renato. em entrevista à GZH.
Apesar da incerteza, Renato afirmou que ficaria no Grêmio “pelo resto da vida”, mas ressaltou que é importante entender o que a diretoria espera. O atual contrato do treinador se encerra em dezembro deste ano.
“Por mim, eu assinaria um contrato vitalício com o Grêmio, mas não sou eu quem decide isso. Minha cabeça está focada em garantir os pontos necessários no Brasileirão”, prosseguiu.
“Eu não posso chegar para o presidente, o vice, o executivo e a torcida e simplesmente dizer: ‘Vou ficar.’ Esse é o meu desejo, mas a decisão cabe ao presidente, à diretoria, ao executivo e à torcida. Se, ao atingirmos essa pontuação, eu sentir que querem minha permanência, vou fazer o possível para ficar. Mas, se perceber que não sou desejado, sairei com a consciência tranquila pelo que fiz este ano. Sei o que fiz por aqui. Se não sentir esse apoio, vou embora”, desabafou.
Sondagens de quatro clubes
Mesmo querendo permanecer no clube, Renato revelou que recebeu sondagens de quatro clubes da Série A.
“Nas últimas três semanas, quatro clubes da Série A me procuraram. Numa situação dessas, jamais abandonaria o Grêmio. Só nós sabemos o que enfrentamos neste ano, que foi atípico, pois o Grêmio não jogou na Arena. Dois grandes clubes da Série A tentaram me tirar daqui há cerca de três meses, e eu disse a eles que cumpro meus contratos, a menos que o clube me mande embora”, concluiu.
Tanto o clube quanto o treinador evitam discutir o futuro publicamente. Apesar disso, internamente, parte da diretoria e do conselho de administração defendem que o ciclo atual de Renato no Grêmio chegou ao fim. A decisão final, contudo, caberá ao presidente Alberto Guerra.