Principal torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alviverde foi proibida a partir desta quarta-feira (30) — e por tempo indeterminado — de frequentar os estádios de São Paulo.
A decisão foi tomada pela Federação Paulista de Futebol, que acatou recomendação do Ministério Público do Estado de São Paulo.
A decisão se deu por conta dos episódios de violência do último domingo (27), quando integrantes da torcida atacaram membros da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, em Mairiporã, na região Metropolitana de São Paulo. A emboscada deixou um cruzeirense morto e outros 17 feridos.
Esta não é a primeira vez que a Mancha é proibida de ir aos estádios com indumentária ou objetos (faixas e bandeiras) que identifiquem os associados da torcida.
Relembre abaixo alguns casos em que torcidas organizadas foram proibidas de frequentar estádios.
Após uma confusão entre corintianos e palmeirenses em um clássico de 2011, disputado em Presidente Prudente, a Mancha Alviverde foi proibida de frequentar estádios. Na ocasião, policiais militares, em vez de usarem balas de borracha para dispersar os torcedores, atiraram com armas calibre 12. Dois torcedores do Palmeiras foram baleados.
Há dez anos, a diretoria do Grêmio sancionou a Geral, sua principal torcida organizada, e proibiu o grupo de frequentar jogos na Arena. A proibição se deu após o caso de racismo envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, chamado de “macaco” por torcedores gremistas em jogo das equipes.
No jogo seguinte ao episódio, contra o Bahia, tricolores presentes na Arquibancada Norte, onde fica a Geral, entoaram cânticos de teor racista. Diante do ocorrido, a diretoria do Grêmio decidiu suspender os membros de jogos do Tricolor. A suspensão durou cerca de dois meses.
Após uma briga de torcedores de Corinthians e Flamengo em outubro de 2016, no Maracanã, 30 corintianos ficaram presos no Complexo Penitenciário de Bangu.
Em janeiro de 2017, por conta da confusão gerada nos arredores do estádio, a Justiça — após ação civil do Ministério Público — determinou a proibição de quatro torcidas organizadas do Corinthians de comparecerem a qualquer evento esportivo em território nacional.
Torcedores de Flamengo e Vasco protagonizaram uma briga no entorno do Maracanã em março do ano passado, antes de clássico entre as duas equipes pelo Campeonato Carioca. Uma pessoa morreu e sete ficaram feridas.
O episódio fez com que a Justiça decidisse pelo banimento das duas torcidas dos estádios — mais especificamente, as organizadas Raça Rubro-Negra e Torcida Jovem, do Flamengo, e a Força Jovem do Vasco.
Dias depois, o governo do Rio de Janeiro anunciou o veto a mais duas torcidas: Young Flu, do Fluminense, e Fúria Jovem, do Botafogo.