Um relatório divulgado pela Universidade de Tel Aviv e pela ONG americana Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) afirmou que os casos de antissemitismo no Brasil em 2023 quadruplicaram em relação ao ano anterior.
O estudo apontou que o número de ocorrências, que incluem ataques verbais, físicos e vandalismo contra judeus e instituições judaicas, passou de 432 em 2022 para 1.774 no ano passado.
Esse aumento não foi exclusivo do Brasil. Países como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Austrália também registraram uma elevação no índice de antissemitismo.
Manifestações no Brasil
Para compilar os dados referentes ao Brasil, o relatório utilizou informações oficiais de governos, imprensa, polícias e organizações judaicas locais, com destaque para a Confederação Israelita do Brasil (Conib).
O presidente da instituição, Claudio Lottenberg, destacou que a disseminação de informações enviesadas sobre o conflito em Gaza por parte de diversos setores da sociedade contribui para a manifestação do antissemitismo, que, segundo ele, reflete um sentimento latente em muitas pessoas.
Rony Vainzof, secretário da Conib, explicou que os casos foram identificados por meio de denúncias à organização e também por um monitoramento em redes sociais, incluindo situações classificadas como “antissionismo” que foram consideradas como antissemitismo.
Recentemente, a Confederação Israelita elogiou a decisão do governo do Rio de Janeiro de adotar uma classificação internacional para o antissemitismo. A medida enfatiza que esse ódio pode ser manifestado tanto contra judeus quanto contra instituições judaicas.
Debates sobre antissemitismo nos EUA
A definição adotada no Rio de Janeiro foi utilizada pela Câmara dos Deputados dos EUA. Os parlamentares norte-americanos aprovaram um projeto de lei para aplicar medidas contra a discriminação no sistema educacional do país. O texto ainda precisa ser avaliado pelo Senado.
A ADL, responsável por coletar dados sobre antissemitismo nos EUA, registrou um número significativo de ocorrências em 2023. A apuração da entidade incluiu casos de retórica ou ativismo antissionista que foram considerados como antissemitismo pela organização.