O deputado distrital Hermeto (MDB), relator da CPI do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal, apontou quatro pessoas como as responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro, nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo o relator, foram negligentes porque não teriam repassados informações a quem fosse de direito para tomadas de decisões ou para impedir os ataques de 8 de janeiro:
- a coronel Cíntia Queiroz, subsecretária de operações do DF no dia dos fatos,
- o delegado Fernando de Sousa, adjunto de Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública,
- o coronel Marcelo Casimiro, comandante da Esplanada,
- e o general Gonçalves Dias, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“Essas quatro peças derrubaram todo o dominó”, disse Hermeto à CNN. O relatório foi apresentado nesta quarta-feira (29), na última reunião da CPI do DF.
O deputado informou que os coronéis Cíntia e Casimiro e o delegado Fernando fizeram reunião no dia 7 de janeiro e ficaram cientes da situação que se agravava. Uma mensagem interceptada entre Casimiro e outro militar minimiza a chegada de ônibus em Brasília. “Pouco barulho”, disse em um aplicativo.
O relator disse também que G. Dias não repassou aos subordinados no GSI os alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e que não acionou o Placo Escudo, para proteger o Palácio do Planalto.
Segundo o deputado, no relatório de 444 páginas, os então comandantes-gerais da PM do DF, bem como os diretores de operações da PM, que estão presos, não teriam culpa.
O advogado André Callegari, que defende o general G. Dias, disse em nota que “não houve qualquer omissão penalmente relevante na conduta” de seu cliente.
“O general fez tudo o que estava ao seu alcance, diante das informações que possuía no momento, para evitar os fatos ocorridos no dia 08/01 o que impossibilita qualquer tipificação penal”, declarou.
A defesa de Fernando Sousa preferiu não se manifestar. Os advogados de Cíntia de Queiroz e Casimiro não foram encontrados.
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