A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, que pretende apurar a responsabilidade da empresa quanto à mina com problemas de ruptura em Maceió (AL), foi instalada nesta quarta-feira (13) sem definir o relator dos trabalhos.
Segundo parlamentares do colegiado, ainda não há consenso entre os membros sobre qual o melhor nome para relatoria dos trabalhos.
Com o impasse, o senador Omar Aziz (PSD-AM), escolhido por aclamação para presidir a CPI, afirmou que a decisão sairá na próxima terça-feira (19).
“Se pudesse ter escolhido hoje, com bom senso e não começar uma divergência, nós teríamos feito isso. Eu tenho muita cautela em relação a gente ter pré-julgamento. A gente não pode prejudicar ninguém”, afirmou o senador, que terá Jorge Kajuru (PSB-GO) como vice-presidente da CPI.
Embora instalada, a comissão só começará a funcionar após o recesso parlamentar, em fevereiro de 2024. Senadores ouvidos pela reportagem, inclusive, apostam que a definição do relator pode ficar para o ano que vem, numa expectativa de que, até lá, o clima entre os membros melhore.
Nesta terça-feira (12), Omar Aziz se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. Segundo apurou a CNN, o senador recebeu pedido do governo federal para iniciar os trabalhos a partir do ano que vem.
O Planalto tem demonstrado insatisfação com a instalação da CPI, tanto que vem trabalhando para que a relatoria fique com o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
O argumento é que o senador petista poderia conseguir lidar com a tentativa de Renan Calheiros (MDB-AL) de transformar a comissão em um palanque para criticar o acordo firmado entre a Braskem e a cidade de Maceió.
E, ao mesmo tempo, deixar as investigações correrem sem desagradar demais o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Lira e Calheiros são adversários históricos em Alagoas, mas, no cenário nacional, apoiam o presidente Lula. Renan Calheiros também tem tentado nos bastidores ficar com a relatoria da comissão.
Questionado sobre o critério para escolha do relator, Omar Aziz afirmou que o impasse não esbarra em questões políticas “locais”.
“Não tem senador a favor ou contra por questão política. Quem quer que seja o relator vai se aprofundar e não vai ter questão política local que vai atrapalhar as investigações”, afirmou o presidente do colegiado.
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