Com o fechamento da Usina Ratcliffe-on-Soar, nesta segunda-feira, 30, o Reino Unido se tornará a primeira nação do G7 a eliminar a produção de energia a carvão. Essa medida encerra mais de 140 anos de uso do combustível fóssil para fornecer eletricidade no país.
O Reino Unido, berço da Revolução Industrial, anunciou, em 2015, planos para fechar usinas a carvão até 2025, com o objetivo de atingir metas do Acordo de Paris. Na época, quase 30% da eletricidade do país vinha do carvão, mas isso caiu para pouco mais de 1% no ano passado.
“O Reino Unido provou que é possível eliminar a energia a carvão em uma velocidade sem precedentes”, disse Julia Skorupska, chefe do secretariado da Aliança Powering Past Coal, que reúne cerca de 60 governos nacionais comprometidos em acabar com essa fonte de energia.
A redução do uso de carvão ajudou a diminuir as emissões de gases de efeito estufa do Reino Unido, que caíram mais da metade desde 1990. O país, com a meta de atingir emissões líquidas zero até 2050, planeja descarbonizar o restante do setor elétrico até 2030. A medida exige um rápido aumento nas energias renováveis, como a eólica e a solar.
“A era do carvão pode estar acabando, mas uma nova era de bons empregos na área de energia para nosso país está apenas começando”, afirmou o ministro da Energia, Michael Shanks, em comunicado.
Reino Unido atinge meta do Acordo de Paris
As emissões provenientes da energia representam cerca de 75% do total de gases de efeito estufa. Cientistas afirmam que o uso de combustíveis fósseis deve ser reduzido para atingir as metas do Acordo de Paris.
Em abril, os principais países industrializados do G7 concordaram em eliminar a energia a carvão na primeira metade da próxima década. Porém, permitiram alguma flexibilidade para economias altamente dependentes do carvão.
“Ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que a meta de 2035 seja atingida e antecipada para 2030, especialmente no Japão, nos EUA e na Alemanha”, afirmou Christine Shearer, analista de pesquisa do Global Energy Monitor.
A energia a carvão ainda representa mais de 25% da eletricidade na Alemanha e mais de 30% da energia no Japão. Em 2023, o consumo global de carvão atingiu um recorde, com 8,53 bilhões de toneladas queimadas, segundo a Agência Internacional de Energia.
A entidade destacou que houve aumento do consumo na China, com 220 milhões de toneladas a mais (4,9%), em comparação com 2022. Também na Índia, com um crescimento de 98 milhões de toneladas (8%). A Indonésia também queimou 23 milhões de toneladas a mais, um aumento de 11%.