domingo, novembro 24, 2024
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Reino Unido quer proibir para sempre venda de cigarros aos jovens

O governo do Reino Unido apresentou uma proposta de lei que proíbe aos jovens nascidos após o dia 1° de janeiro de 2009 de comprar cigarros para o resto de suas vidas.

Reino Unido quer proibir cigarros e produtos a base de tabaco para sempre
Reino Unido quer proibir cigarros e produtos a base de tabaco para sempre

A lei, votada na última terça-feira, 17, pelo Parlamento britânico, tornaria ilegal a venda de produtos de tabaco para os jovens no Reino Unido. Não apenas cigarros tradicionais mas também os eletrônicos.

Caso seja aprovada definitivamente, a lei se tornara a mais radical do mundo contra o tabagismo.

A cada ano, a idade legal para a compra de cigarros e produtos a base de tabaco será aumentada, até que se torne ilegal para toda a população.

‘Primeira geração livre do fumo’

Segundo as autoridades locais, isso criaria a “primeira geração livre de fumo” da GrãBretanha moderna.

No caso dos cigarros eletrônicos, ocorrerá uma restrição também aos sabores para evitar que as crianças se tornem viciadas em nicotina.

Atualmente no Reino Unido é necessário ter 18 anos para poder comprar produtos a base de tabaco.

Proibição contra cigarros foi apresentada por governo conservador

A lei foi apresentada pelo governo liderado pelo primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, e gerou uma rachadura dentro do partido.

Sunak deixou os deputados do seu partido livres para votar. Os analistas políticos britânicos esperam que dezenas deles se rebelem, incluindo alguns ministros.

A lei, todavia, deverá ser aprovada graças aos votos dos deputados do Partido Trabalhista.

O ex-primeiro-ministro Boris Johnson definiu a medida “absolutamente louca” e considerou ridículo que o partido de Winston Churchill, um grande entusiasta dos charutos, queira proibir o fumo.

Outra ex-premiê conservadora, Liz Truss, criticou o “estado babá” e disse ser contra as proibições em geral.

“Somos uma nação livre, não deveria ser o governo a dizer às pessoas para não fumarem”, disse Truss.

Os opositores, como o grupo de lobby pelos direitos dos fumadores FOREST, salientaram como a medida corre o risco de criar um mercado negro e “tratará as futuras gerações de adultos como crianças”.

Liberdade vs saúde pública?

O debate político está se baseando no choque entre liberdade individual e saúde pública.

Até que ponto o Estado tem o direito de interferir nas escolhas individuais dos cidadãos, por mais prejudiciais que sejam.

A Ministra da Saúde, Victoria Atkins, argumentou que “proteger as crianças é um valor muito conservador. Trata-se de proteger as gerações futuras do vício da nicotina”.

E o professor Chris Witty, o médico-chefe do país que liderou uma campanha pública em apoio à legislação, acrescentou que “ser a favor da escolha individual deveria significar ser contra a dependência deliberada de crianças, jovens e adultos jovens de algo que torna eles causarão danos, potencialmente fatais”. 

Mas nem todos estão convencidos. Para Simon Clark, diretor do lobby pró-fumantes, “se você é legalmente um adulto, está sendo discriminação se lhe forem negados os mesmos direitos que têm adultos que são talvez apenas um ou dois anos mais velhos do que você”

O cerne da questão, todavia, é econômico. Estima-se que 76.000 mortes por ano na GrãBretanha sejam atribuíveis ao tabagismo e que ainda mais pessoas sofram de doenças crónicas por esta razão, o que representa um fardo insustentável para os serviços de saúde.

No entanto, o vício do cigarro parece diminuir constantemente no país: apenas 13% da população do Reino Unido é considerada fumante.

Via Revista Oeste

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