O governo do Reino Unido propõe conceder a pacientes mulheres a opção de solicitar tratamento em enfermarias com pessoas do mesmo sexo. Neste caso, indivíduos transexuais seriam colocados em quartos independentes.
A alteração na Constituição da National Health System (NHS), o sistema de saúde da Inglaterra, sublinha a “importância ao sexo biológico” quando se trata de acomodação e cuidados íntimos entre pessoas do mesmo sexo.
O governo do Reino Unido ressalta que a proposta “coloca os pacientes em primeiro lugar”. Contudo, a Associação Médica Britânica alega que as mudanças poderiam limitar alguns acessos vitais do NHS a pessoas transexuais.
Em contrapartida, o sindicato de enfermagem britânico, Royal College of Nursing, argumenta que as mudanças na política de saúde deveriam ser feitas junto de todos os pacientes, e não “para determinados pacientes”.
Para o Departamento de Saúde e Assistência Social, isso seria permitido sob a Lei da Igualdade de 2010, quando apropriado.
Em outubro, o ex-secretário de Saúde Steve Barclay disse que iria estudar a possibilidade de alterar a constituição do NHS para que mulheres pudessem escolher não estar no mesmo quarto que trans, isto é, pessoas do sexo oposto.
Secretaria de Saúde defende alteração sobre local de tratamento de mulheres e de transexuais
A secretária de Saúde e Assistência Social, Victoria Atkins, afirmou que, se um paciente deseja cuidados com pessoas do mesmo sexo, deve ter acesso a eles “sempre que for razoavelmente possível”.
“Sempre fomos claros que o sexo é importante, e os nossos serviços devem respeitar isso”, ressaltou Victoria. “Ao incluir isto na constituição do NHS, destacamos a importância de equilibrar os direitos e as necessidades de todos os pacientes para criar um sistema de saúde que seja mais rápido, mais simples e mais justo para todos.”
Victoria disse, em entrevista ao programa britânico SkyNews, que, ao visitar uma maternidade, notou a linguagem utilizada pelos profissionais ao se referirem a mulheres.
“Eram funcionários maravilhosos, mas eles estavam falando sobre ‘usuárias do serviço’”, contou. “Percebi que se referiam a mulheres ou mães de família. Portanto, não deveríamos ter de erradicar as mulheres da nossa língua para sermos inclusivos e acolhedores.”
O novo documento também terá como objetivo garantir que as diferentes necessidades biológicas sejam satisfeitas e que as doenças e as condições que afetam homens e mulheres de diferentes formas sejam comunicadas de maneira clara aos pacientes.
A ministra da Saúde, Maria Caulfield, disse que a proposta “garante os princípios que sustentam o trabalho do NSH a todos”.