A promotoria britânica anunciou nesta quinta-feira, 5, que decidiu abandonar a acusação de abuso sexual contra Harvey Weinstein, ex-produtor de cinema dos Estados Unidos.
A decisão foi tomada depois de uma revisão das provas, que concluiu que “não há uma perspectiva realista de condenação” para o caso de suposto abuso sexual ocorrido em agosto de 1996.
Frank Ferguson, chefe da divisão de crimes especiais e antiterrorismo da Promotoria da Coroa (CPS), afirmou que o departamento explicou a decisão a todas as partes. Em junho de 2022, a promotoria havia aprovado duas acusações de abuso sexual contra Weinstein, cujos supostos crimes geraram o movimento #MeToo em 2017.
A promotoria insistiu na importância de que todas as vítimas potenciais de abuso sexual se apresentem e contatem a polícia, garantindo que processarão os responsáveis sempre que os critérios legais forem atendidos.
“Sempre incentivaremos todas as potenciais vítimas de abuso sexual a se apresentarem e entrarem em contato com a polícia, e processaremos (os responsáveis) sempre que os critérios legais forem cumpridos”, afirmou a promotoria.
Enquanto as denúncias contra Weinstein avançavam nos Estados Unidos, a polícia britânica iniciou investigações sobre uma série de acusações de abuso sexual contra ele em Londres. Harvey Weinstein está cumprindo uma sentença de 23 anos de prisão desde 2020 nos EUA por abuso sexual e estupro.
Impacto global das denúncias contra Harvey Weinstein
As revelações de 2017 sobre os abusos cometidos por Weinstein causaram uma comoção mundial e encorajaram muitas vítimas a se manifestarem. Mais de 80 mulheres, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd, acusaram Weinstein de assédio, abuso sexual ou estupro.
No Reino Unido, a polícia abriu uma investigação em outubro de 2017 sobre o abuso sexual de uma mulher e, posteriormente, ampliou a investigação para incluir três supostos abusos sexuais contra outra mulher.
O ex-produtor, agora com 72 anos, deve ser julgado novamente em Nova York em breve. Em abril, um tribunal de apelação anulou sua condenação de 2020 por estupro em 2013 da atriz Jessica Mann e abuso sexual em 2006 da assistente de produção Mimi Haleyi.
Segundo a Justiça, o juiz que condenou Harvey Weinstein em 2020 o prejudicou pessoalmente. O tribunal afirma que o magistrado incluiu no processo depoimentos de testemunhas que não faziam parte da ação.