Gabigol, atacante do Flamengo, vive uma situação inédita em sua carreira a partir da decisão da Justiça Desportiva Antidopagem, que o suspendeu por dois anos pela tentativa de fraude em exame antidoping.
O jogador está proibido de utilizar as dependências do clube até abril de 2025, ao menos enquanto o recurso na Corte Arbitral de Esporte (CAS) não é julgado.
A defesa do jogador aguarda a publicação da decisão no CAS para pedir entrar com o recurso e o efeito suspensivo. A resposta do Tribunal pode levar até duas semanas. Após a suspensão, o Flamengo posicionou-se afirmando estar surpreso com a condenação.
O departamento jurídico do Rubro-Negro auxiliará o atleta – que divulgou um comunicado – em sua defesa.
A suspensão não proíbe apenas Gabigol de entrar em campo, mas o impede, inclusive, de utilizar as dependências do clube. Ou seja, o atacante não pode realizar atividades no Ninho do Urubu. A definição do local onde o camisa 10 manterá a forma física a partir dos próximos dias está a cargo da direção do Flamengo.
O trabalho será acompanhado pelo departamento de futebol, e profissionais do clube devem estar diariamente com Gabigol. O clube avalia opções na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Zico, ídolo do Flamengo, ofereceu a estrutura do CFZ (Centro de Futebol do Zico), no Recreio dos Bandeirantes, para o jogador.
Com contrato até dezembro de 2024, Gabigol já vivia um impasse em relação a seu futuro no Flamengo antes da decisão do TJD. As tratativas entre a diretoria e o atacante tiveram início ainda no início de 2023 e estiveram perto de um desfecho em outubro. Desde então, dirigentes e empresários de Gabi dão versões distintas.
Com a suspensão de dois anos – que foi estipulada com início em abril de 2023 e válida até abril de 2025 -, o Flamengo poderia suspender o vínculo de Gabigol, mas não optou por isso. A diretoria entende “que não houve qualquer tipo de fraude, nem mesmo tentativa, a justificar a punição aplicada”.
A defesa de Gabigol e o departamento jurídico confiam que a decisão do TJD será revertida. Por 5 votos a favor a 4 votos contra a suspensão, o atual camisa 10 do Flamengo respondeu por infração ao artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem (CBA), que prevê pena de até quatro anos de suspensão do esporte.