Termômetros têm registrado recorde atrás de recorde de calor nesta semana. E já virou rotina para trabalhadores enfrentarem seus expedientes sob risco de estresse térmico mundo afora. Esses são os principais alertas em relatórios disparados pela ONU nesta semana.
As Nações Unidas fizeram um apelo urgente para a humanidade lidar com o calor extremo. “Vamos encarar os fatos: temperaturas extremas não são mais um fenômeno de um dia, uma semana ou um mês”, disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres. Pelo que os termômetros mostram, são o novo normal.
Relatórios da ONU alertam sobre riscos de calor extremo para trabalhadores e demais pessoas
Um relatório publicado, nesta quinta-feira (25), pelo secretário-geral e dez diferentes agências da ONU emite um “apelo à ação sobre o calor extremo”. Ele estabelece recomendações de políticas para governos, incluindo proteções mais fortes para trabalhadores.
“Medidas sensatas de segurança e saúde ocupacional” economizariam US$ 361 bilhões (pouco mais de R$ 2 trilhões) por ano para as economias, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Isso porque a produtividade do trabalho cai 50% quando as temperaturas diárias ultrapassam 34ºC, segundo o documento.
Outro relatório da OIT aponta que trabalhadores rotineiramente correm risco de estresse térmico ao redor do mundo. O calor leva a quase 23 milhões de lesões e 18.970 mortes globalmente entre trabalhadores a cada ano, segundo o órgão.
Além disso, mais de 70% da força de trabalho global é vulnerável ao calor extremo no trabalho, diz o relatório. Principalmente aqueles que trabalham ao ar livre ou em ambientes internos sem ventilação ou refrigeração adequadas.
No entanto, o que enfrentaria a causa raiz do problema é a transição para longe dos combustíveis fósseis, cuja queima emite gases que causam o aquecimento global. Enquanto essa transição não acontece, vai se criando um clima terrível.