quinta-feira, novembro 21, 2024
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Raios: a faísca que pode ter dado início à vida na Terra?

Cientistas podem estar mais próximos de desvendar um dos maiores mistérios da ciência: como a vida começou na Terra. Uma nova pesquisa sugere que os raios (relâmpagos que tocam o solo), há bilhões de anos, podem ter sido a faísca inicial para isso.

A grande questão sobre a origem da vida é entender como os elementos essenciais, como nitrogênio e carbono, se formaram na Terra primitiva. Existem três teorias principais:

  • o impacto de asteroides e cometas;
  • as emissões de aberturas no fundo dos oceanos;
  • os raios – relâmpagos que atingiam a superfície. 

De acordo com uma equipe de químicos da Universidade de Harvard, a última hipótese parece ser a mais promissora.

Diagrama acima mostra: A) Relâmpagos nuvem-solo (raios) na Terra primitiva vs. uma configuração eletroquímica de plasma usada neste trabalho; B) Componentes-chave de uma configuração eletroquímica de plasma (entreferro) usada para conduzir descargas interfaciais sob condições ambientais controladas. Crédito: Proceedings of the National Academy of Sciences (2024)

Segundo os pesquisadores, os raios poderiam ter gerado altas concentrações de moléculas reativas, criando as condições necessárias para que a vida surgisse e se desenvolvesse. Esses resultados foram publicados recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Ideia de que os raios permitiram a vida na Terra é antiga

A ideia de que os raios desempenharam um papel fundamental na origem da vida não é nova. Em 1953, o químico Harold Urey e seu aluno Stanley Miller conduziram um experimento famoso, conhecido como Urey-Miller. Eles simularam relâmpagos em uma mistura de metano, amônia, hidrogênio e água, substâncias que acreditavam compor a atmosfera da Terra jovem. Como resultado, obtiveram aminoácidos, essenciais para a vida – saiba mais aqui.

Esquematização do Experimento Urey-Miller. Crédito: YassineMrabet / Creative Commons

Hoje, no entanto, sabe-se que a atmosfera primitiva da Terra era diferente, composta principalmente por dióxido de carbono e nitrogênio. Por isso, a equipe de Harvard decidiu atualizar o experimento de Urey-Miller, simulando relâmpagos em condições mais realistas.

No laboratório, os pesquisadores recriaram relâmpagos em uma atmosfera que imitava a Terra primitiva e observaram as reações químicas resultantes. Eles descobriram que o dióxido de carbono foi convertido em monóxido de carbono e ácido fórmico, enquanto o nitrogênio se transformou em nitrato, nitrito e amônio. Em outras palavras, os raios criaram os elementos básicos necessários para a vida.

Conforme destaca um comunicado de Harvard, embora os relâmpagos não tenham, por si só, gerado a vida, eles podem ter preparado o terreno para que ela surgisse – uma descoberta importante na busca por entender a nossa própria origem e a de tudo o que é vivo na Terra.

Via Olhar Digital

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