No domingo 22, um avião de pequeno porte, pilotado pelo empresário Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, colidiu com a chaminé de um prédio, atingindo também uma casa, uma loja e uma pousada na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.
O acidente resultou na morte de dez pessoas da mesma família. Entre as vítimas estavam Luiz Galeazzi, de 61 anos, CEO da Galeazzi Associados e formado em Administração pela FGV; sua mulher, Tatiana Natucci Niro, de 49, sócia administradora da VMT Empreendimentos; e suas três filhas.
Também estavam a bordo Lilian Natucci, 75 anos, sogra de Luiz; Veridiana Natucci Niro, 43, cunhada de Luiz e administradora na área da Saúde; e Bruno Cardoso Munhoz de Guimarães Araújo, 39 anos, diretor da Galeazzi & Associados e formado em Administração pelo Mackenzie. Os filhos do casal, Giulia e Mateo, de 8 e 6 anos, acompanhavam os pais.
No solo, 17 pessoas receberam atendimento médico, principalmente por inalação de fumaça. Cinco delas foram liberadas depois do tratamento no Hospital de Canela, enquanto as demais permanecem internadas.
Valdete Maristela Santos da Silva e Lizabel de Moura Pereira, funcionárias da pousada, foram transferidas para Porto Alegre devido a queimaduras.
Queda de avião em Gramado está sendo investigada
Testemunhas relataram ter ouvido um estrondo e visto fumaça densa na área. O gestor comercial Vinicius de Moraes, de Curitiba, afirmou ter sentido um tremor onde estava hospedado.
A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou investigadores de Canoas, RS, para apurar o acidente, enquanto a Polícia Civil coleta dados e evidências.
Fragmentos dos corpos das vítimas foram removidos do local e encaminhados ao Instituto Geral de Perícias de Porto Alegre para identificação.
O perito Valmor Gomes destacou que a investigação depende da remoção de partes da fuselagem do avião, que só pode ser feita com a estabilização do local.
O impacto do acidente e as condições meteorológicas adversas, com alta nebulosidade, estão sendo considerados nas investigações conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
A área foi isolada pelas autoridades para garantir a segurança e a integridade das operações de resgate e investigação.
Avião não tinha caixa-preta
O avião de pequeno porte que caiu em Gramado (RS), deixando 10 integrantes de uma família mortos, não tinha caixa-preta. A informação foi confirmada na segunda-feira 23, pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo nota emitida pela FAB, o avião, modelo Piper PA-42-1000 Cheyenne 400, não tinha “requisitos de certificação” que determinasse a instalação “de Cockpit Voice Recorder (CVR – gravador de voz da cabine) e Flight Data Recorder (FDR – gravador de dados de voo), popularmente conhecidos como caixas-pretas”.
A Oeste também perguntou à corporação se a investigação sobre as causas da queda da aeronave poderiam ser prejudicadas pela falta da caixa-preta. A FAB, no entanto, não respondeu à indagação.