O filme Oppenheimer, de Christopher Nolan, explora a criação da bomba atômica em meio à Segunda Guerra Mundial, quando o cientista que deu nome ao filme se tornou um herói. No entanto, sua reputação mudou rapidamente quando ele se manifestou, questionando o uso dessas bombas.
Uma das pessoas mais importantes por trás da mancha na reputação de Oppenheimer foi Lewis Strauss, mas quem era ele e qual foi seu papel na ruína do cientista?
Quem foi Lewis Strauss, inimigo de Oppenheimer?
Lewis Strauss, nascido em 1896, foi um financista e funcionário do governo estadunidense, que atuou como presidente da Comissão de Energia Atômica de 1953 a 1958 e foi secretário interino de comércio de 1958 a 1959.
Quando criança, seu sonho era estudar física na faculdade, mas isso não aconteceu. Assim, após a Primeira Guerra Mundial, ele se tornou um banqueiro de investimentos muito bem-sucedido e conseguiu financiamento para ferrovias, para a câmera Polaroid, e muitos outros projetos.
Após a morte de sua mãe e de seu pai por câncer, juntamente com seu entusiasmo pela física, Strauss fundou o Lewis and Rosa Strauss Memorial Fund para financiar o uso do rádio como método de tratamento.
Em seguida, trabalhou no Departamento de Artilharia da Marinha, concentrando-se na produção de armas. Em 1946, tornou-se membro da recém-criada Comissão de Energia Atômica, nomeado para sua função pelo então presidente Harry S. Truman.
Em 1947, Strauss e Oppenheimer se conheceram, quando Oppenheimer estava dirigindo o laboratório de Los Alamos e Strauss lhe ofereceu um emprego como diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton.
Em 1949, a União Soviética testou sua primeira bomba atômica. Por ser anticomunista, Strauss falava muito sobre como os EUA deveriam priorizar os avanços das armas nucleares e como as informações deveriam ser mantidas em segredo de outras nações.
Com grande aversão a Oppenheimer e com a paranoia de que ele poderia ser um espião, Strauss pediu um favor ao diretor do FBI, J. Edgar Hoover, para vigiar Oppenheimer, grampeando ilegalmente seu telefone.
Strauss considerava Oppenheimer um risco à segurança porque ele havia permitido que seu irmão Frank, membro do Partido Comunista, trabalhasse no Projeto Manhattan – e por causa das associações de Oppenheimer com outros comunistas nas décadas de 1930 e 1940.
Em dezembro de 1953, com apoio de Strauss, Oppenheimer foi acusado de ser um risco à segurança, o que quebrou o ânimo do cientista para sempre. Entretanto, em abril de 1954, foi decidido que Oppenheimer era um cidadão leal e tinha sido discreto no manuseio de segredos atômicos.
Após a Segunda Guerra Mundial, Strauss passou a atuar como Secretário de Comércio interino no governo do Presidente Eisenhower. Em 1959, no entanto, o Congresso rejeitou a indicação de Eisenhower para que Strauss ocupasse o cargo permanentemente.
Este fato se deu porque Strauss frequentemente entrava em conflito com senadores e deputados democratas, principalmente em relação aos testes de armas atômicas e ao desenvolvimento de reatores nucleares comerciais.
Mais tarde, ele voltou a se dedicar a empreendimentos filantrópicos e morreu, aos 78 anos, em 1974.