O fundador da Igreja Bola de Neve, Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, o Rina, morreu neste domingo, 17, depois de um acidente de trânsito, no interior de São Paulo.
Surfista e pastor, Rina fundou a Igreja Bola de Neve no final dos anos 1990, durante a expansão do movimento evangélico no Brasil. O espaço atraiu muitos jovens pela abordagem descontraída e pela associação à prática de esportes – o púlpito é uma prancha de surfe adaptada para apoiar a Bíblia durante os cultos.
Além de pastor, Rina foi escritor e autor de livros sobre religião, autoconhecimento e obras que orientavam sobre casamentos e lideranças.
Ele também criou o Instituto Global de Ensino Teológico, que forma líderes, missionários e pastores. Era casado com a também pastora Denise de Seixas Pereira, e pai de quatro filhos.
Filho de pais evangélicos, Rina nasceu em 1972 e era o irmão mais velho de Daniela e Priscila, que também se tornaram pastoras da Bola de Neve. Estudou no Colégio Batista Brasileiro e dizia que sempre teve a Bíblia como referencial.
A relação do pastor com a religião começou depois de um diagnóstico de hepatite. Ao sobreviver à doença, ele passou a dedicar a vida à pregação. Em 1993, começou a fazer as primeiras reuniões que depois viriam a se tornar a Bola de Neve.
Antes de fundar sua própria igreja, Rina fez parte a Igreja Renascer, na qual era líder do Ministério de Evangelismo e realizava eventos para os jovens.
Com a concordância do apóstolo Estevam Hernandes, ele deixou a Renascer para liderar a própria denominação.
Fundador da Bola de Neve estava afastado da igreja
Apesar de ser o fundador da Bola de Neve, apóstolo Rina estava afastado das funções de liderança da igreja. Ele se deixou o dia a dia da instituição em junho deste ano, quando foi alvo de denúncia por violência doméstica.
Na ocasião, a então mulher dele, a cantora gospel e pastora Denise Seixas, afirmou que Rina a agredia fisicamente. Ameaças, xingamentos e difamações foram outros pontos que ela denunciou.
Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, Denise chegou a relatar que Rina a manteve trancada em um quarto durante 15 dias. Além disso, ela afirmou que soube que o marido teria um plano para interná-la compulsoriamente. Em julho, a Justiça determinou a apreensão da arma do líder religioso.
No mês de maio, ao responder a um fiel que sentiu falta de Denise em um culto, Rina tentou justificar. “Estava com dor.”
Na ocasião da denúncia, a Bola de Neve havia declarado que “pedia perdão primeiramente a Deus”. O pedido, conforme o comunicado da igreja, foi àqueles que “decepcionaram-se com a condução da liderança e, também, para aqueles que um dia saíram feridos por quaisquer falhas cometidas no ministério”.