sexta-feira, setembro 20, 2024
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Quem era Ismail Haniya, líder do Hamas morto nesta quarta-feira

Um dos principais líderes do grupo terrorista Hamas, Ismail Abdel Salam Haniya foi morto em Teerã na madrugada desta quarta-feira, 31. A Guarda Revolucionária do Irã confirmou a morte por meio da rede de televisão estatal do país.

Horas depois, a autoridade iraniana informou que Haniyeh foi assassinado por volta das 2h da manhã (horário local). Ele estava hospedado em “uma residência especial para veteranos de guerra no norte de Teerã”, segundo agências de notícias.

Depois da confirmação pública, o Hamas emitiu uma nota em que disse que Haniya foi morto junto de seu guarda-costas no que chamou de “ataque sionista” à hospedagem do líder.

Segundo a agência de notícias estatal IRNA, Haniyeh foi atingido em Teerã por um “projétil guiado por via aérea”. Novas investigações estão em andamento para determinar os detalhes da operação e a posição de onde o projétil foi disparado.

Haniyeh foi visto pela última vez nesta terça-feira, 30, quando se encontrou com o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e compareceu à cerimônia de posse do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Na ocasião, o terrorista posou para fotos com líderes regionais que também estavam no evento.

Haniya vivia exilado no Catar há alguns anos, incluindo os últimos meses que sucederam o ataque do grupo a Israel, que desencadeou o conflito em Gaza.

No dia 11 de julho, Haniya declarou que três de seus filhos e dois netos tinham sido mortos em um ataque israelense em Gaza. O Exército de Israel afirmou que os filhos do terrorista eram militares do Hamas e foram “eliminados”.

Também conhecido como “Abu Al-Abd”, Haniya afirmou à emissora de televisão Al Jazeera que recebeu a notícia enquanto visitava palestinos feridos que estavam recebendo tratamento em Doha, na capital do Catar.

Outros filhos, um irmão e um neto do terrorista já tinham executados em ataques anteriores.

Quem era Ismail Abdel Salam

Nascido em 1962 em um campo de refugiados palestinos, o terrorista Ismail Abdel Salam Haniya se envolveu na causa palestina desde muito cedo.

Haniya chegou a ser preso por Israel em 1989, mas foi exilado em 1992 junto de vários líderes do Hamas em Marj al-Zuhur, uma “terra de ninguém” na fronteira do Líbano e da Cisjordânia.

Ele retornou a Gaza em 1993 e, em 1997, foi nomeado chefe de gabinete do xeque Ahmed Yassin, líder do Hamas, o que fortaleceu ainda mais sua posição no grupo terrorista.

Último encontro do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã com Ali Khamenei e líderes regionais no parlamento | Foto: Divulgação/WANA

Em 2006, foi nomeado primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), uma organização que comanda os territórios palestinos em acordo com o Fatah, grupo rival do Hamas.

No entanto, em 2007, Haniya foi destituído do cargo pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, quando a votação que elegeu o Hamas para o comando de Gaza foi considerada inválida pelo Fatah.

Com isso, o braço armado do Hamas, Brigadas al-Qassam, tomaram o controle de Gaza de forma violenta e expulsaram o Fatah da região.

O Fatah, embora estivesse oficialmente no controle da ANP, passou a comandar somente a Cisjordânia.

Porém, na prática, Haniya continuou sendo o líder em Gaza, cargo que deixaria somente em 2014.

Em maio de 2017, Haniya foi eleito chefe político do Hamas e se exilou no Catar, onde liderava negociações de forma remota. Apesar disso, o comando em Gaza foi relegado a Yahya Sinwar, enquanto Mohamed Deif lidera as Brigadas al-Qassam junto de Marwan Issa.

Também são considerados importantes líderes do grupo terrorista os fundadores Khaled Meshaal e Mahmoud Zahar.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos classifica Haniya como terrorista procurado.

Hamas fala em retaliação

O assassinato de Haniyeh “não será em vão”, segundo o presidente palestino Musa Abu Marzouk, membro do gabinete político do grupo terrorista, de acordo com a agência de notícias WAFA.

Grupos nacionais palestinos e islâmicos convocaram uma greve geral e manifestações em massa depois do assassinato do terrorista por Israel.

Alto funcionário do Hamas, Sami Abu Zuhri disse que o grupo está “pronto para pagar vários preços”.

“Estamos envolvidos em uma guerra aberta para libertar Jerusalém e estamos prontos para pagar vários preços”, afirmou.



Via Revista Oeste

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