Se em Tóquio 2020 apenas o surfe masculino garantiu medalha para o Brasil, em Paris 2024 foi a vez de Tati Weston-Webb garantir um lugar no pódio no feminino. A brasileira, de 28 anos, garantiu a prata nesta segunda-feira (5), sendo superada, por apenas 0.17 de diferença, pela americana Caroline Marks na final.
Na elite do surfe desde 2015, Tati tem dupla nacionalidade brasileira e americana e começou no surfe defendendo o Havaí, para onde se mudou com poucos meses de vida.
Tatiana Guimarães Weston-Webb, conhecida como Tati Weston-Webb, é gaúcha, nasceu em Porto Alegre em 9 de maio de 1996. Apesar de ter nascido no Brasil, Tati se mudou para a ilha de Kauai, no Havaí, com poucos meses de vida, com seu pai, o surfista inglês Douglas Weston-Webb, e sua mãe, a bodyboarder brasileira Tanira Guimarães.
Como morou nos Estados Unidos desde muito jovem, a surfista tem dupla-cidadania brasileira e americana e, por isso, começou a carreira defendendo o Havaí (EUA).
Praticando o surfe desde a infância, sua estreia na elite do surfe aconteceu em 2015, aos 19 anos, e conquistou o título de “estreante do ano”. A primeira vitória, porém, aconteceu só no ano seguinte, em 2016, no US Open. Em Huntington Beach, na Califórnia, Tati venceu a também havaiana Malia Manuel e levantou seu primeiro troféu da WSL. Com o resultado, pulou para a quarta posição do ranking na época.
O segundo título da carreira demorou para acontecer e veio pouco antes de Tóquio. Em maio de 2021, Tati venceu a etapa de Margaret River do Circuito Mundial derrotando a octacampeã mundial (na época, hepta), a australiana Stephanie Gilmore.
Na atual temporada, Tati ainda não venceu nenhuma etapa e está em sétimo lugar no ranking mundial, mas tirou uma nota 10 na etapa de Teahupo’o, no Taiti. Apesar do tubo perfeito e da maior nota do campeonato, a brasileira acabou eliminada na semifinal pela francesa Vahine Fierro por 17.70 a 16.07.
Antes da Olimpíada de Tóquio 2020, a Confederação Brasileira de Surf convidou Tati a brigar pelas vagas olímpicas pelo Brasil. A surfista aceitou a troca e foi a primeira surfista brasileira classificada para os Jogos de Tóquio, na estreia da modalidade no programa olímpico.
Apesar da boa colocação no ranking mundial na época, quando era a quarta colocada, Tati não conseguiu brigar por medalha na Olimpíada disputada em 2021. Passou pela repescagem para chegar às oitavas de final, quando foi eliminada pela japonesa Amuro Tsuzuki.
Para Paris 2024, Tati foi novamente a primeira brasileira a se classificar em abril de 2023 conseguindo a vaga pela posição no ranking mundial, já que era a quinta colocada. Mas não parou por aí. Com o segundo lugar no ISA Games, Tati também garantiu uma vaga extra para o Brasil, que foi preenchida por Luana Silva.
Nos Jogos Olímpicos, disputados em Teahupo’o, no Taiti, a brasileira não começou da melhor forma. Na bateria de estreia, Tati Weston-Webb ficou em segundo lugar e precisou disputar a repescagem antes de avançar às oitavas. Mas na repescagem, ou segunda rodada, a brasileira venceu nicaraguense Candelaria Resano.
Nas fase eliminatória, Tati começou muito bem, dominando a bateria contra a americana Caitlin Simmer nas oitavas. A “gaúcha-havaiana” garantiu um 12.34 a 1.93.
Nas quartas de final, o mar não estava tão bom, mesmo assim, Tati venceu a espanhola Nadia Erostarde e avançou para a semi, que aconteceu nesta segunda-feira (5). Tati venceu a costa-riquenha Brisa Hennessy com tranquilidade, por 13.66 a 6.17.
Na final, Tati brigou até o fim pelo ouro, quase conseguindo virar na última onda. A brasileira terminou a decisão com 10.33 contra 10.50 da americana Caroline Marks, que ficou com o ouro.