Você já deve ter brincado com um cubo mágico. Mas sabia que ele nem era para ser um brinquedo? Um dos quebra-cabeças mais famosos do mundo nasceu como uma ferramenta de ensino para estudantes.
O criador do objeto é o acadêmico húngaro Ernő Rubik. Em 1974, um então jovem Rubik trabalhava como professor de Arquitetura no Colégio de Artes Aplicadas de Budapeste, na Hungria.
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Ele acreditava que a melhor forma de aprender algo era colocando em prática, colocando a mão na massa. Partindo dessa premissa, ele desenvolveu algo que levasse seus alunos a pensar de forma criativa em formas geométricas e relações espaciais.
Além disso, o professor queria ensinar a importância da paciência. Foi o que ele afirmou em entrevista à BBC britânica, em 1986:
“Em primeiro lugar, você precisa ser paciente, é muito útil para resolver um problema. Depois, você precisa de alguma memória espacial, memória tridimensional.”
Um fenômeno de vendas
Os alunos de Rubik adoraram a experiência! Foi aí que o professor entendeu que podia ter um sucesso em mãos. Em janeiro de 1975, ele depositou na Hungria um pedido de patente do seu “Cubo Mágico”.
As restrições de fabricação impostas na Hungria comunista, no entanto, fizeram com que a invenção só fosse produzida em massa anos depois.
Isso durou até 1979, quando o cubo mágico foi apresentado na Feira de Brinquedos de Nuremberg, na Alemanha. O fabricante americano Ideal Toy Corporation adotou o brinquedo e ele finalmente explodiu.
As vendas do cubo mágico começaram em 1980, sob o nome de “Cubo de Rubik” no mercado internacional.
Rapidamente, milhões de pessoas em todo o mundo aceitaram o desafio. Na sequência vieram os livros ensinando como resolvê-lo. Hoje são os vídeos e tutoriais da internet…
Estima-se que apenas 1% das pessoas consigam resolver o quebra-cabeça sem ajuda. É aí que o cubo mágico atrai as pessoas, na opinião do criador:
“Ele é de uma simplicidade ilusória, incrivelmente viciante e enlouquecedoramente frustrante”, disse à BBC.
Em dois anos, até 1982, lojas de todo o mundo venderam mais de 100 milhões de cubos mágicos, sem contar as versões não oficiais. Especialistas calculam que esse número subiu para 400 milhões hoje em dia.
O cubo mágico hoje
- Atualmente, o famoso quebra-cabeça não é mais a mania global de décadas atrás, mas ele continua famoso na cultura popular.
- Pode ser visto em filmes e animações, por exemplo, como é o caso de WALL-E (2008) e de Homem-Aranha no Aranhaverso (2018).
- Um jogador de futebol brasileiro também não para de falar no objeto: Gustavo Scarpa, atualmente no Atlético Mineiro, é um fã declarado da ferramenta.
- Para quem tem Netflix, existe até um documentário chamado Magos do Cubo (2020), sobre a amizade de dois astros das competições de cubos mágicos.
- Falando em competições, elas acontecem até hoje e reúnem alguns fenômenos.
- O recorde é do ano passado, do americano Max Park: ele resolveu o desafio em apenas 3 segundos!
- Uma Inteligência Artificial, porém, já conseguiu resolver isso muito mais rápido.
- Rubik confessou à BBC, em 1986, que ele mesmo não era dos mais rápidos:
“Não sou. Quando estou com prática, consigo fazer em cerca de um minuto, mas não estou praticando agora. Não estou em boas condições.”
Ernő Rubik está vivo e criou uma fundação de apoio a jovens promissores na Hungria. E abriu ainda seu próprio estúdio de design de móveis e jogos. Mas nada até hoje repetiu o sucesso do cubo.
As informações são do G1.