terça-feira, setembro 17, 2024
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Queimadas consumiram 88 mi de hectares do Cerrado em 38 anos, diz instituto

As queimadas consumiram 88 milhões de hectares do Cerrado brasileiro entre 1985 e 2023, uma média de 9,5 milhões de hectares a cada ano. A área atinge aproximadamente 26 mil hectares por dia, equivalente a cerca de 36 mil campos de futebol diariamente.

Esse número supera o das queimadas na Amazônia, com 7,1 milhões de hectares por ano, em média. Os dados são do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que coordena o mapeamento do bioma na Rede MapBiomas.

Segundo o órgão, área queimada equivale a 43% de toda a extensão do Cerrado brasileiro e supera o território de países como Turquia e Chile.

O desmatamento do Cerrado, por sua vez, alcançou 38 milhões de hectares no mesmo período. O valor corresponde a uma redução de 27% na vegetação original do bioma.

O impacto na agricultura

“Atualmente, 26 milhões de hectares do Cerrado estão ocupados pela agricultura, dos quais 75% são destinados ao cultivo de soja“, mostra o estudo. O bioma abriga quase metade da área cultivada com o grão no Brasil, com 19 milhões de hectares.

O pesquisador Dhemerson Conciani, do Ipam, considera necessários “políticas públicas e mecanismos financeiros que incentivem a conservação do Cerrado”.

Para ele, o desmatamento trará danos ainda maiores para o clima e para o agronegócio, “que depende do clima e dos recursos hídricos no Cerrado”.

Em relação ao mesmo período do ano passado, 2024 registra alta de 76% no número de incêndios na Amazônia | Foto: Reprodução/Flickr
Em relação ao mesmo período do ano passado, 2024 registra alta de 76% no número de incêndios na Amazônia | Foto: Reprodução/Flickr

Onda de queimadas em 2024

Sobre os incêndios no bioma, de acordo com dados do Monitor do Fogo, entre janeiro e agosto de 2024, o bioma já teve 4 milhões de hectares afetados por queimadas.

Em reportagem publicada na Edição 224 da Revista Oeste, o editor-assistente Anderson Scardoelli destaca que, neste ano, o Cerrado registrou o maior volume de focos de calor da história para um primeiro semestre.

A partir de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 13,2 mil focos de calor de 1º de janeiro a 30 de junho, superando o recorde que persistia desde 2007.

Via Revista Oeste

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