A partir de 2027, os Estados de Alagoas e Rio Grande do Sul devem ser os primeiros estados brasileiros a enfrentar uma diminuição populacional, conforme projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas nesta quinta-feira, 22.
A análise é baseada no Censo de 2022 e em dados sobre natalidade, mortalidade e migração. Esses Estados lideram uma lista de 11 que devem experimentar a mudança antes da média nacional, prevista para 2042.
Os fatores que afetam cada Estado são distintos. No Rio Grande do Sul, a população é a mais envelhecida do Brasil, com a maior proporção de pessoas acima de 60 anos em relação às de até 14 anos.
Isso deve resultar em um número de mortes superior ao de nascimentos mais rapidamente. Já em Alagoas, a baixa expectativa de vida, que é superior apenas à de Roraima, impulsiona a queda populacional junto da combinada com baixa fecundidade e emigração.
“Alagoas tem a ver com a fecundidade no Nordeste como um todo”, afirma Marcio Minamiguchi, gerente de estimativas e projeções da população do IBGE.
De acordo com IBGE, outras regiões seguem a mesma tendência
Nos anos seguintes, outras regiões, como o Sudeste e Estados nordestinos, devem seguir a mesma tendência. Essas áreas também possuem populações mais velhas e taxas de fecundidade reduzidas.
O Rio de Janeiro, com o segundo maior índice de envelhecimento no país, deve ver sua população começar a diminuir em 2028, seguido por outros sete Estados na década de 2030. O índice de envelhecimento é calculado pela proporção de pessoas com mais de 60 anos em relação às de zero a 14 anos.
Atualmente, com uma população de 210,9 milhões, o Brasil só deve começar a perder habitantes em 2042. Quando um Estado supera o índice de envelhecimento de 100, há mais idosos do que crianças.
Hoje, essa situação ocorre apenas no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. As projeções do IBGE indicam que a distribuição de idosos mudará significativamente nas próximas quatro décadas e meia.
Distribuição de idosos
Hoje, os Estados com as maiores proporções de idosos estão no Sudeste, mas até 2070, Bahia, Piauí e Distrito Federal devem liderar esse índice.
Atualmente, o Brasil tem, em média, 77 pessoas com mais de 60 anos para cada 100 de até 14 anos. Em 2070, nenhum Estado terá uma proporção menor do que dois idosos para cada criança, com um índice nacional de 316.
“A cada ano, vamos ter menos mulheres entrando no período reprodutivo”, observa Minamiguchi. “Então, vai haver menos pessoas potencialmente aptas a se tornar mães, mesmo. Com isso, você acaba potencializando a redução do nível de nascimentos.”