Uma pesquisa realizada pela AtlasIntel logo depois da Operação Tempus Veritatis mostrou que quase metade dos brasileiros acham que o Brasil vive sob uma ditadura do Poder Judiciário. Nesta semana, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados dele, em uma investigação que apura suposto golpe de Estado.
A autorização para a operação que prendeu ex-assessores de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Feita entre quinta-feira 8 e sexta-feira 9, a pesquisa entrevistou 1.615 pessoas por meio de recrutamento digital aleatório e tem margem de erro de dois pontos porcentuais.
Na pergunta “o Brasil vive hoje sob uma ditadura do judiciário?”, 47,3% dos entrevistados responderam “sim” e outros 16,7% disseram que não, mas afirmaram que “juízes cometem abusos e ultrapassam suas atribuições”. Apenas 20,9% afirmaram que o Judiciário “está cumprindo o seu papel corretamente”.
Os entrevistados também responderam à pergunta: “Na sua opinião, as investigações judiciais em contra do Jair Bolsonaro constituem uma perseguição política?”. A maioria — 42,2% — disseram que o ex-presidente está sendo perseguido injustamente. 40,5% acham que não.
Outros dados da pesquisa que indicou sensação de ‘ditadura do Judiciário’
Além da pergunta sobre a ‘ditadura do Judiciário’, a pesquisa AtlasIntel fez outros questionamentos envolvendo as investigações da Polícia Federal.
Dos entrevistados, 46,5% responderam afirmativamente quando perguntados se, em “sua opinião, as buscas da Polícia Federal que identificaram uma carta em que o ex-presidente Bolsonaro planejava declarar o Estado de Sítio depois da organização do 2º turno das eleições presidenciais comprova o planejamento de um golpe de estado?”; 36,8% disseram que não; e 16,6% responderam “não sei”.
Além disso, 38,2% dos entrevistados disseram que, independentemente de considerarem Bolsonaro culpado ou não, achavam que ele seria preso neste ano; 25,5% acham que não e 36,4% não souberam responder.
Entre os que responderam à pesquisa, 51,1% disseram que não simpatizam ou apoiam Bolsonaro; 39,6% se disseram simpatizantes ou apoiadores e 9,3% não souberam responder.