De julho de 2023 a junho de 2024, 9,2% dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha relataram ter tido o celular roubado ou furtado. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o jornal Folha de S.Paulo encomendaram a pesquisa, divulgada na última segunda-feira, 12.
O Datafolha realizou o levantamento de 11 a 17 de junho de 2024, com 2,5 mil pessoas de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Os resultados completos serão apresentados no 18º Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Recife, nesta quarta-feira, 14. A pesquisa revelou que os moradores das capitais são os mais afetados, com relato de 15% de roubo ou furto de celular, em comparação com 6% no interior. Em cidades com mais de 500 mil habitantes, o índice é de 14%.
O Datafolha estima que 14,7 milhões de brasileiros foram vítimas desse tipo de crime de julho de 2023 a junho de 2024, o que equivale a 1,7 mil celulares roubados ou furtados por hora. Esse número é mais de 14 vezes superior aos registros oficiais de ocorrências, que somaram 937 mil no último Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Subnotificação em furtos e roubos de celular
A pesquisa também destacou uma alta taxa de subnotificação, na qual apenas 55% das vítimas registraram ocorrência.
“Muitas vezes a pessoa diz que registrou ocorrência, mas ligou no 190 ou avisou um policial na esquina, então podemos considerar que a taxa é ainda mais alta”, afirmou Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Esse é um problema clássico de pesquisas sobre vitimização.”
O prejuízo financeiro estimado por roubos e furtos de celular foi de R$ 22,7 bilhões no período analisado. O número perde apenas para golpes com Pix ou boletos falsos, que causaram danos de R$ 25,4 bilhões.
Além disso, 53% dos entrevistados relataram evitar certas áreas ou horários com medo de ser vítimas. Apenas 21% possuem seguro contra roubo ou furto de smartphones.