A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vai reservar uma vaga extra, em todos os cursos presenciais de graduação, exclusivamente para pessoas trans. A medida começa a valer já no processo seletivo de 2025.
Com a decisão, a UFSCar passa a ser a quarta universidade do Estado de São Paulo a adotar cotas específicas com base em identidade de gênero. A medida integra o conjunto de ações afirmativas criado pela instituição em 2007, voltado ao enfrentamento de desigualdades relacionadas a raça, etnia, deficiência, religião e agora, identidade de gênero.
A proposta foi construída em conjunto com técnicos, docentes, alunos e o Coletivo de Pessoas Trans da UFSCar. Especialistas externos também participaram do debate. A meta, segundo a reitoria, foi criar uma política consistente e conectada às demandas reais da comunidade trans.
No ano passado, a universidade já tinha aprovado uma norma que reconhece o direito ao uso do nome social
Em 2024, a UFSCar já havia aprovado uma norma que reconhece o direito ao uso do nome social e da identidade de gênero nos ambientes acadêmicos. A nova medida complementa essa diretriz ao tratar diretamente do acesso aos cursos superiores.
Atualmente, outras 14 universidades federais no Brasil já adotaram políticas semelhantes. No Estado de São Paulo, esse grupo inclui a UFABC, desde 2019; a Unifesp, que aderiu em 2024; e a Unicamp, que oficializou as cotas em 2025.
Desde 2012, a legislação federal prevê cotas para estudantes de escolas públicas, pessoas com renda familiar mais baixa, autodeclarados pretos, pardos e indígenas.