De quantos jogadores o Concord precisava para continuar a existir? Como sabemos, as vendas foram muito fracas, tanto e que a Sony encerrou o jogo apenas com duas semanas de lançamento, um fracasso sem precedentes. O número de jogadores foi, portanto, muito baixo, com o SteamDB contando um pico de 697 pessoas no lançamento.
É claro que com estes números o Concord não conseguiu sustentar e a Sony decidiu fechá-lo, para poupar nos enormes custos de manutenção dos servidores e serviços relacionados com o jogo. Convertê-lo para free-to-play ou reciclá-lo como outra coisa não eram opções viáveis, pelo menos não no curto prazo, para quem estava se perguntando.
Mas de quantos jogadores ele realmente precisava? Deixando claro que não existe um número válido para cada jogo foi o analista Piers Harding-Rolls da Ampere Analysis, que explicou à Games Industry: “Há tantas variáveis a considerar que não é realmente possível responder seriam 200 mil usuários ativos mensaispor mais 2 milhões.”
Entre os principais fatores a serem considerados, o analista listou investimentos em pesquisa e desenvolvimento (antes e depois do lançamento), salários e outros custos relacionados a pessoal, despesas de marketing, custos de infraestrutura e prestação de serviços, modelo de negócios e estratégia de monetização do jogo, suporte à plataforma, reembolsos para financiamento de produção, custos de licenciamento, custos de publicação e muito mais.
Em suma, abordar o assunto de forma casual é certamente errado, visto que estamos falando de algo muito mais complexo do que parece. “Considerando todos esses elementos, não existem dois jogos ou empresas idênticas, então o número de jogadores que atingem o ponto de equilíbrio é sempre diferente”, acrescentou Harding-Rolls, que explicou como jogos semelhantes também prosperam com a possibilidade de os jogadores jogarem quando quiserem, ou seja, não se frustrar esperando encontrar jogos disponíveis: “Se perceber que um jogo ficou deserto, os jogadores perderão a motivação e irão procurar outra coisa para jogar”.